Anteontem, pelas três da tarde, fiz o percurso entre Santana (Sesimbra) e o Fogueteiro, itinerário de muito movimento rodoviário, com particular destaque para pesados. Fiz o percurso sempre atrás de um camião e fui assistindo às tropelias de um dado tipo de condução.
Por exemplo, a certa altura, pouco depois da Cotovia, o trânsito rodava lento. O condutor do camião buzina várias vezes, com decibéis que tornavam o seu som bem grave. Umas centenas de metros à frente, o camião mete-se, enfim, a ultrapassar o obstáculo. Era um daqueles veículos lentos que não exige carta de condução e que tem velocidade reduzida. A meio da ultrapassagem, o camião começa a encostar para a direita e o veículo lento não tem outro remédio senão rolar para a berma, de terra batida, quase atarantado, no meio de poeirenta nuvem. E o camião lá segue a sua rota, sem que, no momento, houvesse trânsito em sentido contrário.
Mais à frente, além de, ocasionalmente, algumas linhas irregulares na rodagem, com oscilações ora para o centro da via ora para a berma, o homem apitava, não sei se alegremente, se para cumprimentar quem passava, se para mandar desviar quem lhe fosse à frente. Eram buzinadelas em forma de sirene de bombeiros, mas mais graves, a condizerem com o tamanho do veículo, talvez. Mais espectacular som surgiu ao passar por baixo da auto-estrada, no nó do Fogueteiro, com o eco a responder-lhe com redobrada gravidade. E se quem seguia atrás do pesado bólide ouvia nitidamente tais manifestações de contentamento, imagine-se quem estivesse na sua frente...
Depois, sem sinalização, virou para a auto-estrada. Presumo que se terá posto na faixa da esquerda com a buzina a roncar e prego a fundo. Ou talvez não. Se calhar, foi pela direita, a mandar que o pessoal se desviasse para a esquerda para ele passar… Ironias, claro!
Neste percurso, preocupei-me em não ultrapassar o artista. Precaução minha, é evidente. Apesar de acreditar que não há ninguém que não tenha cometido erros de condução na vida. Mas, perante certas alarvidades… fica-nos sempre o desejo de que ali, naquela hora, um agente da autoridade devia surpreender o artista. Por ele, claro; mas sobretudo pelos outros, que têm o direito de não se sentir inseguros.
Por exemplo, a certa altura, pouco depois da Cotovia, o trânsito rodava lento. O condutor do camião buzina várias vezes, com decibéis que tornavam o seu som bem grave. Umas centenas de metros à frente, o camião mete-se, enfim, a ultrapassar o obstáculo. Era um daqueles veículos lentos que não exige carta de condução e que tem velocidade reduzida. A meio da ultrapassagem, o camião começa a encostar para a direita e o veículo lento não tem outro remédio senão rolar para a berma, de terra batida, quase atarantado, no meio de poeirenta nuvem. E o camião lá segue a sua rota, sem que, no momento, houvesse trânsito em sentido contrário.
Mais à frente, além de, ocasionalmente, algumas linhas irregulares na rodagem, com oscilações ora para o centro da via ora para a berma, o homem apitava, não sei se alegremente, se para cumprimentar quem passava, se para mandar desviar quem lhe fosse à frente. Eram buzinadelas em forma de sirene de bombeiros, mas mais graves, a condizerem com o tamanho do veículo, talvez. Mais espectacular som surgiu ao passar por baixo da auto-estrada, no nó do Fogueteiro, com o eco a responder-lhe com redobrada gravidade. E se quem seguia atrás do pesado bólide ouvia nitidamente tais manifestações de contentamento, imagine-se quem estivesse na sua frente...
Depois, sem sinalização, virou para a auto-estrada. Presumo que se terá posto na faixa da esquerda com a buzina a roncar e prego a fundo. Ou talvez não. Se calhar, foi pela direita, a mandar que o pessoal se desviasse para a esquerda para ele passar… Ironias, claro!
Neste percurso, preocupei-me em não ultrapassar o artista. Precaução minha, é evidente. Apesar de acreditar que não há ninguém que não tenha cometido erros de condução na vida. Mas, perante certas alarvidades… fica-nos sempre o desejo de que ali, naquela hora, um agente da autoridade devia surpreender o artista. Por ele, claro; mas sobretudo pelos outros, que têm o direito de não se sentir inseguros.
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