A história que segue foi acabada de receber de um amigo, que não é o seu autor. Não sei se é por estarmos na altura quaresmal ou se será por outra razão, mas a trama adequa-se. É um retrato. Com humor, claro. Mas bem próximo daquilo que muitos fazem, que outros querem fazer e que outros rejeitam. É caricatura, mas não deixa de ser o que é: um retrato. Por onde passa muita coisa, incluindo a (des)educação.
Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os dizendo:
- Em verdade vos digo: bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque eles…
- Temos que aprender isso de cor? - interrompeu Pedro.
- Temos que copiá-lo para o caderno? - quis saber André.
- Vamos ter teste sobre isso? - perguntou Tiago.
- Não trouxe o papiro-diário... - lamentou-se Filipe.
- Temos de tirar apontamentos? - perguntou Bartolomeu.
- Posso ir à casa de banho? - pediu João, levantando a mão.
- Em verdade vos digo: bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque eles…
- Temos que aprender isso de cor? - interrompeu Pedro.
- Temos que copiá-lo para o caderno? - quis saber André.
- Vamos ter teste sobre isso? - perguntou Tiago.
- Não trouxe o papiro-diário... - lamentou-se Filipe.
- Temos de tirar apontamentos? - perguntou Bartolomeu.
- Posso ir à casa de banho? - pediu João, levantando a mão.
- Para que é que serve isto tudo? - gritou Judas.
- Há fórmulas? vamos resolver problemas? - inquietou-se Tomé.
- Mas porque é que não nos dás a sebenta e… pronto!? - reclamou Tadeu.
- Eu não entendi nada… ninguém entendeu nada! - queixou-se Mateus.
Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se-Lhe, dizendo:
- Onde está a tua planificação? Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada? E a avaliação diagnóstica? E a avaliação institucional? Quais são as tuas expectativas de sucesso? Tens para a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão? Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios? Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem? Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo? E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais? Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes? Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?
Caifás, o pior de todos, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te de que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva.
… E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos…
- Há fórmulas? vamos resolver problemas? - inquietou-se Tomé.
- Mas porque é que não nos dás a sebenta e… pronto!? - reclamou Tadeu.
- Eu não entendi nada… ninguém entendeu nada! - queixou-se Mateus.
Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se-Lhe, dizendo:
- Onde está a tua planificação? Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada? E a avaliação diagnóstica? E a avaliação institucional? Quais são as tuas expectativas de sucesso? Tens para a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão? Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios? Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem? Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo? E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais? Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes? Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?
Caifás, o pior de todos, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te de que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva.
… E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos…
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