É possível que os jogos educativos do computador “Magalhães” – o tal “bezerro de ouro” de que fala António Barreto – contenham instruções repletas de erros de escrita? É. Melhor: foi. Sem bater muito na questão, há um pormenor que me apoquenta sobretudo: como foi possível que essas instruções chegassem às escolas e aos utilizadores sem revisão? Ironia do destino: no fim-de-semana passado, no Porto, a editora ASA promoveu um encontro para apresentação dos novos programas de Língua Portuguesa até ao 3º ciclo, acção em que uma das tónicas apresentadas pelos responsáveis desses programas recaía sobre a insistência que vai ser proposta no plano da revisão de texto (a praticar nos vários níveis de ensino), premente sobretudo quando as novas tecnologias permitem a revisão com facilidade!…
Torna-se óbvio que o erro do "Magalhães" vai ser reparado. Mas este foi um erro que não deveria ter existido. Numa altura em que tanto se questiona a qualidade dos manuais escolares, como é possível que uma ferramenta como o “Magalhães”, com toda a propaganda que lhe tem andado associada, tenha chegado nestas condições, com a língua portuguesa a sofrer tratos de polé?
A questão foi trazida para cena pelo deputado José Paulo Carvalho. O Expresso de hoje reporta-a e, numa breve, fala do tradutor das instruções. É emigrante em França desde os 10 anos, tem a 4ª classe e diz: “O problema da tradução é que nenhum português de Portugal se dedicou a ela”, acrescentando o jornal que “ninguém até hoje reviu a versão que ele criou”. Só quem não sabe os efeitos do afastamento de um falante da sua língua para adoptar outra língua no seu quotidiano pode ter deixado que as coisas assim tenham corrido…
Custa-me que a área da Educação esteja envolvida nisto, tal como me custa ter tomado conhecimento através da net da muito deficiente redacção de um ofício da DREN (estrutura do Ministério da Educação) que, há dias, por aí circulou. Não serão cabalas, não; mas é incompetência em excesso. Pelo menos, linguística. E também de identidade. E a área da Educação deveria estar fora disto.
Torna-se óbvio que o erro do "Magalhães" vai ser reparado. Mas este foi um erro que não deveria ter existido. Numa altura em que tanto se questiona a qualidade dos manuais escolares, como é possível que uma ferramenta como o “Magalhães”, com toda a propaganda que lhe tem andado associada, tenha chegado nestas condições, com a língua portuguesa a sofrer tratos de polé?
A questão foi trazida para cena pelo deputado José Paulo Carvalho. O Expresso de hoje reporta-a e, numa breve, fala do tradutor das instruções. É emigrante em França desde os 10 anos, tem a 4ª classe e diz: “O problema da tradução é que nenhum português de Portugal se dedicou a ela”, acrescentando o jornal que “ninguém até hoje reviu a versão que ele criou”. Só quem não sabe os efeitos do afastamento de um falante da sua língua para adoptar outra língua no seu quotidiano pode ter deixado que as coisas assim tenham corrido…
Custa-me que a área da Educação esteja envolvida nisto, tal como me custa ter tomado conhecimento através da net da muito deficiente redacção de um ofício da DREN (estrutura do Ministério da Educação) que, há dias, por aí circulou. Não serão cabalas, não; mas é incompetência em excesso. Pelo menos, linguística. E também de identidade. E a área da Educação deveria estar fora disto.
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