Já se tinha percebido que uma das "questões" a abordar na campanha eleitoral autárquica pelos socialistas seria a saída de Carlos de Sousa de Presidente da Câmara e a chegada ao mesmo lugar de Maria das Dores Meira, sem acto eleitoral e sem satisfação às populações. No entanto, também valerá a pena pensar se a Câmara setubalense com Maria das Dores Meira é igual ao que foi com Carlos de Sousa... e se o concelho de Setúbal ganhou (ou não) com a mudança. Infelizmente, o que se passou com a substituição de Carlos de Sousa pode ocorrer em muitas circunstâncias e em todos os partidos - Durão Barroso deixou o lugar de Primeiro-Ministro para rumar a Bruxelas, Fernando Negrão (social-democrata) deixou o lugar de vereador da Câmara de Setúbal para se candidatar à presidência da autarquia lisboeta e, ainda que não sendo um caso de eleição mas de nomeação, Teresa Almeida (socialista) deixou o lugar de Governadora Civil de Setúbal para ir para a Câmara de Lisboa. Se calhar, era bom que fossem impostas outras regras aos partidos nestas situações. Ou até podia ser bom que os partidos aprendessem a ser democráticos no respeito pelos cidadãos e pelas proximidades... Mas, passados dois anos sobre essa substituição de Sousa por Meira, também seria bom que os argumentos da Juventude Socialista se prendessem mais com o presente e o futuro do município - mesmo porque, agora, Maria das Dores Meira é candidata -, sob pena de reproduzirem, na prática, os esquemas da (fraca) discussão política que, infelizmente, têm sido (má) constante na sociedade portuguesa.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Política caseira (66): Juventude Socialista sadina mete-se na campanha autárquica com ironia
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2 comentários:
Como estreante em comentários, quero começar por destacar a importância deste blog no espaço público da região, o que sem dúvida se deve à qualidade humana e cultural do autor. Por isso lamento aparecer para uma discordância. No entanto tenho que dizer que vejo diferenças de qualidade no caso Carlos Sousa em relação aos outros aqui referidos:todos os outros saíram por sua vontade dos cargos que ocuparam; em todos os outros casos as razões foram públicas. Penso que este buraco negro na democracia local não deve ser tão branqueado..
Caro Anónimo,
Não é uma questão de "branqueamento" a que me move, como perceberá. Todas as razões podem ter sido válidas; o que aconteceu foi que umas foram conhecidas e outras não o foram. Aliás, na altura da substituição de Carlos Sousa, lamentei no jornal em que colaborava aquilo que se passou, por entender que os munícipes tinham direito a uma satisfação e por entender que nestas coisas não se pode funcionar como se uma monarquia fosse...Mas, mais importante do que isso, neste momento, é, para mim, a questão do compromisso com os cidadãos dos círculos que os políticos representam, independentemente das funções em que os representam. Estar na política também exige obrigações, certo? É por isso que, no fundo, estes trajectos são sempre pouco agradáveis... e muito discutíveis.
Obrigado pelo comentário.
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