“Nos últimos dez anos, acompanhámos de perto a vida dos golfinhos do Sado. Conhecê-los individualmente, observar os seus comportamentos, testemunhar o nascimento das suas crias e até mesmo o desaparecimento e a morte de alguns indivíduos é um reconhecido privilégio ao qual dedicamos o nosso empenho.” Este é o teor do primeiro parágrafo do capítulo conclusivo da obra Golfinhos do Sado (com texto bilingue, em português e em inglês), assinado por Pedro Narra e Maria João Fonseca (Setúbal: 2009, com tradução de Mark Mollet), obra que teve o apoio de duas empresas ligadas ao turismo e de Vertigem Azul, empresa dedicada à observação de golfinhos no Sado criada há pouco mais de uma década pelos autores.
O parágrafo transcrito diz bem sobre o que é este livro: um acto de testemunho e de afecto com uma comunidade animal que tem sido acompanhada nos últimos anos; um acto de civismo e didáctico, que sensibiliza para a preservação e para a forma humana de ver os golfinhos; um acto estético, em que as fotos que povoam o livro nos deixam enlevados numa sinfonia azul, de vida e de graça. Com razão escreve Viriato Soromenho-Marques em texto introdutório a este livro definindo-o como “comovente e belo acto de amor e reconciliação”, explicando: “Uma aposta no verdadeiro perdão que é aquele que se traduz nos actos que comprometem o futuro.”
Logo no início, os autores apelam às suas recordações de infância, momentos em que viam os golfinhos saltando no Sado. E deixam de imediato o recado: “Que este livro sirva como um apelo à preservação deste estuário e que no futuro seja um testemunho de maus tempos que o esforço e o empenho conseguiram ultrapassar.”
Depois, ao leitor cabe ir descobrindo muitas coisas sobre os roazes e o seu habitat – desde a caracterização do estuário do Sado até às histórias de golfinhos, passando pela caracterização individual dos que integram a colónia sadina, chamando a atenção para os cuidados, dando pistas sobre as formas de vida, num quase registo do quotidiano da vida dos golfinhos, onde nem faltam os rituais do amor, da sobrevivência, da brincadeira ou da morte. E é interessante verificar esse deslumbramento dos autores, quer pela sensibilidade posta nas fotografias, quer pela mensagem escrita que registam, tal como acontece quando convidam o leitor (e o visitante) para a delicadeza no acto de ver estes amigos do Sado: “A observação destes animais no seu habitat natural é um privilégio, ao qual se deve corresponder com respeito e, sobretudo, com o máximo cuidado para que, mesmo involuntariamente, não se acabe por prejudicar o seu bem-estar.”
As fotografias são fortes, mas, mesmo assim, no final, cada uma delas surge em miniatura, legendada, podendo o leitor ser desperto para novas leituras depois de, em silêncio, ter visto todo o livro (já que, ao longo do volume, a escrita aparece apenas para introduzir temas, deixando que as imagens fotográficas constituam o texto essencial). E, mesmo nestas pequenas legendas, a sensibilização para a protecção e para a felicidade de se poder admirar estes fragmentos de vida é loquaz.
Um livro a ver. A ler. A usar. Oxalá ele nunca venha a ser a memória de um tempo que se perdeu!
O parágrafo transcrito diz bem sobre o que é este livro: um acto de testemunho e de afecto com uma comunidade animal que tem sido acompanhada nos últimos anos; um acto de civismo e didáctico, que sensibiliza para a preservação e para a forma humana de ver os golfinhos; um acto estético, em que as fotos que povoam o livro nos deixam enlevados numa sinfonia azul, de vida e de graça. Com razão escreve Viriato Soromenho-Marques em texto introdutório a este livro definindo-o como “comovente e belo acto de amor e reconciliação”, explicando: “Uma aposta no verdadeiro perdão que é aquele que se traduz nos actos que comprometem o futuro.”
Logo no início, os autores apelam às suas recordações de infância, momentos em que viam os golfinhos saltando no Sado. E deixam de imediato o recado: “Que este livro sirva como um apelo à preservação deste estuário e que no futuro seja um testemunho de maus tempos que o esforço e o empenho conseguiram ultrapassar.”
Depois, ao leitor cabe ir descobrindo muitas coisas sobre os roazes e o seu habitat – desde a caracterização do estuário do Sado até às histórias de golfinhos, passando pela caracterização individual dos que integram a colónia sadina, chamando a atenção para os cuidados, dando pistas sobre as formas de vida, num quase registo do quotidiano da vida dos golfinhos, onde nem faltam os rituais do amor, da sobrevivência, da brincadeira ou da morte. E é interessante verificar esse deslumbramento dos autores, quer pela sensibilidade posta nas fotografias, quer pela mensagem escrita que registam, tal como acontece quando convidam o leitor (e o visitante) para a delicadeza no acto de ver estes amigos do Sado: “A observação destes animais no seu habitat natural é um privilégio, ao qual se deve corresponder com respeito e, sobretudo, com o máximo cuidado para que, mesmo involuntariamente, não se acabe por prejudicar o seu bem-estar.”
As fotografias são fortes, mas, mesmo assim, no final, cada uma delas surge em miniatura, legendada, podendo o leitor ser desperto para novas leituras depois de, em silêncio, ter visto todo o livro (já que, ao longo do volume, a escrita aparece apenas para introduzir temas, deixando que as imagens fotográficas constituam o texto essencial). E, mesmo nestas pequenas legendas, a sensibilização para a protecção e para a felicidade de se poder admirar estes fragmentos de vida é loquaz.
Um livro a ver. A ler. A usar. Oxalá ele nunca venha a ser a memória de um tempo que se perdeu!
Sem comentários:
Enviar um comentário