sábado, 15 de agosto de 2009

Paula Teixeira da Cruz em entrevista

O tema da "Única", revista que acompanha o Expresso, é tão luminoso quanto a estação que atravessamos: "Loiras". Entre as várias protagonistas, uma merece destaque, não apenas por ser a capa da revista - é Paula Teixeira da Cruz, advogada, comentadora e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, na entrevista que dá a Christiana Martins e a Isabel Lopes. A ler, verdadeiramente. Porque fala da vida do partido [PSD] e das reacções suscitadas pelos nomes escolhidos para candidatos a deputados, das referências que os políticos devem ser (autarcas incluídos), da Câmara Municipal de Lisboa, da Justiça e de Marinho Pinto, da banca (BCP e Jardim Gonçalves incluídos), do trabalho, do ser feminino, da intervenção cívica...
Duas citações tenho que reproduzir: uma, a propósito da ideia de um "Bloco Transversal", algo que derrota pela base o mito da governabilidade apenas com maioria absoluta (mesmo porque a democracia tem que deixar de ser algo a que só os partidos têm acesso, e quando lhes dá jeito, para ser algo que todos sintamos) - para Paula Teixeira da Cruz, é necessário "que haja uma consciência interpartidária em torno de um plano de desenvolvimento económico e social para o país", algo "de suporte governamental", porque "não podemos passar a vida a desmantelar o que os governos anteriores fizeram"; a segunda citação respeita à reflexão em torno do que foi perder um filho e do que pode sentir uma mãe - "Sobre isso só direi uma coisa e não responderei a mais nenhuma pergunta: é uma doença crónica que se ganha e com a qual se tem de aprender a viver." Ah!, devo dizer ainda que não há respostas sobre a vida privada, algo que a entrevistada faz questão de deixar exactamente para a esfera do privado e ponto final.
Para reportar ao tema, quanto à luz e à cor, logo no início da conversa, em resposta a uma pergunta, Paula Teixeira da Cruz explica: "Nunca fui tratada como uma loira burra. E penso que hoje já não existe tanto essa ideia, é mais uma brincadeira"... Entrevista interessante, bom testemunho, que por si só se torna numa forma de intervenção cívica. Sugiro a leitura.

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