A entrega do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama ocorreu em Azeitão, nas instalações da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, na noite de sábado.
Gostaria de deixar três notas a propósito: a primeira, de congratulação com o espectáculo que o grupo “ArsLuce” proporcionou, apresentando danças renascentistas, cheias de subtileza e de poesia, com guarda-roupa simpático a ajudar nesse transporte para tempos bem distantes; a segunda, de igual congratulação pelo concerto que a Banda da Sociedade Perpétua Azeitonense ofereceu, sob a batuta do maestro Carlos Medinas, bem capaz de arrancar muitos aplausos, cheio de criatividade e dedicação; a terceira, a propósito do contemplado com o prémio, José Carlos Barros, e da sua simplicidade para o acto de falar de poesia, bem expressos nos exemplos para justificar o orgulho e vaidade que sentia por o seu texto ter agradado – o de seu pai, alfaiate de ofício, e o do agricultor Linhares, um e outro sempre vaidosos do trabalho que conseguiam: o fato, num caso, e a perfeição do acto de podar, no outro.
Na minha intervenção, enquanto responsável da Associação Cultural Sebastião da Gama, saudei este evento, partilhando outras três razões: a primeira, porque naquele mesmo dia, tinha partido um poeta, Miguel de Castro, descoberto para a poesia por Sebastião da Gama, compositor na senda do lirismo como fora o próprio Sebastião da Gama, partida que o terá levado, provavelmente, a um encontro com o mestre para falarem de poesia, francesa quase de certeza, que era também a poesia francesa que os ajudava; a segunda, porque neste ano ocorrem os 60 anos do início da escrita do Diário, obra máxima na pedagogia de Sebastião da Gama, a necessitar de ser concretizada, texto também poético que bem merece ser meditado e considerado fonte de inspiração, que poderia levar os educadores (pais ou professores), os políticos e a sociedade a encarar a educação de outra maneira, talvez a encontrar soluções para vários problemas que se põem hoje no acto educativo, sobretudo no que se prende com a relação pedagógica, com os laços, com os afectos (e a falta de tudo isto); finalmente, a terceira, com a oportunidade justificada pelo facto de este Prémio, ao longo das doze edições, além de prolongar a memória do seu patrono, ter aberto caminho a poetas e ter consagrado outros, mencionando os casos de Maria do Rosário Pedreira (a primeira vencedora, em 1988, sob o pseudónimo de Maria Helena Salgado), Maria Graciete Besse, Amadeu Baptista e José Carlos Barros, “repetente” nestas andanças, uma vez que já ganhara este Prémio em 1990.
Agora, resta aos leitores uma espera no sentido de que o texto de José Carlos Barros seja publicado. E, a avaliar pelo testemunho deixado pelo poeta Ruy Ventura, em nome dos membros do júri, boas razões (literárias) haverá para se esperar a publicação, assim o poeta lhe dê corpo, tal como fez com o texto que, em 1990, lhe trouxe o galardão (Uma abstracção inútil. Évora: Declives, 1991)!
Gostaria de deixar três notas a propósito: a primeira, de congratulação com o espectáculo que o grupo “ArsLuce” proporcionou, apresentando danças renascentistas, cheias de subtileza e de poesia, com guarda-roupa simpático a ajudar nesse transporte para tempos bem distantes; a segunda, de igual congratulação pelo concerto que a Banda da Sociedade Perpétua Azeitonense ofereceu, sob a batuta do maestro Carlos Medinas, bem capaz de arrancar muitos aplausos, cheio de criatividade e dedicação; a terceira, a propósito do contemplado com o prémio, José Carlos Barros, e da sua simplicidade para o acto de falar de poesia, bem expressos nos exemplos para justificar o orgulho e vaidade que sentia por o seu texto ter agradado – o de seu pai, alfaiate de ofício, e o do agricultor Linhares, um e outro sempre vaidosos do trabalho que conseguiam: o fato, num caso, e a perfeição do acto de podar, no outro.
Na minha intervenção, enquanto responsável da Associação Cultural Sebastião da Gama, saudei este evento, partilhando outras três razões: a primeira, porque naquele mesmo dia, tinha partido um poeta, Miguel de Castro, descoberto para a poesia por Sebastião da Gama, compositor na senda do lirismo como fora o próprio Sebastião da Gama, partida que o terá levado, provavelmente, a um encontro com o mestre para falarem de poesia, francesa quase de certeza, que era também a poesia francesa que os ajudava; a segunda, porque neste ano ocorrem os 60 anos do início da escrita do Diário, obra máxima na pedagogia de Sebastião da Gama, a necessitar de ser concretizada, texto também poético que bem merece ser meditado e considerado fonte de inspiração, que poderia levar os educadores (pais ou professores), os políticos e a sociedade a encarar a educação de outra maneira, talvez a encontrar soluções para vários problemas que se põem hoje no acto educativo, sobretudo no que se prende com a relação pedagógica, com os laços, com os afectos (e a falta de tudo isto); finalmente, a terceira, com a oportunidade justificada pelo facto de este Prémio, ao longo das doze edições, além de prolongar a memória do seu patrono, ter aberto caminho a poetas e ter consagrado outros, mencionando os casos de Maria do Rosário Pedreira (a primeira vencedora, em 1988, sob o pseudónimo de Maria Helena Salgado), Maria Graciete Besse, Amadeu Baptista e José Carlos Barros, “repetente” nestas andanças, uma vez que já ganhara este Prémio em 1990.
Agora, resta aos leitores uma espera no sentido de que o texto de José Carlos Barros seja publicado. E, a avaliar pelo testemunho deixado pelo poeta Ruy Ventura, em nome dos membros do júri, boas razões (literárias) haverá para se esperar a publicação, assim o poeta lhe dê corpo, tal como fez com o texto que, em 1990, lhe trouxe o galardão (Uma abstracção inútil. Évora: Declives, 1991)!
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