De João Bénard da Costa guardarei na memória a sua intensa ligação ao cinema; a sua escrita de histórias encadeadas, em tom de cavaqueira e de memórias (dos livros, das revistas e das crónicas jornalísticas - no Público, escreveu algumas evocativas histórias da Arrábida, por exemplo); a forte perspectiva cultural que pelos seus textos perpassa. Mas o que mais me fica na memória é o discurso que proferiu a propósito da história, da cultura e das memórias de Setúbal em 10 de Junho de 2007, quando a data era assinalada na cidade do Sado, um texto intenso que passou em retrospectiva a história sadina e que pretendeu chamar a atenção para o papel da cidade, desta cidade, enquanto pólo com identidade acentuada mas frequentemente esquecida. Foi uma excelente mensagem que ficou para os setubalenses, um cru testemunho de um viajante na história, de um frequentador de Setúbal e da Arrábida. Não será um testamento, mas é, pelo menos, um texto que justificaria a evocação de Bénard da Costa neste dia para a comunidade setubalense...
[foto: Bénard da Costa, em Azeitão, na inauguração do monumento a Sebastião da Gama, em 9 de Junho de 2007]
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