A gente lê os jornais e o que fica da moção apresentada por José Sócrates no Centro Cultural de Belém, documento que deverá ser orientador para uma política do PS no caso de obter maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, é pouco: continuação das grandes obras públicas (como se não se soubesse já da insistência nesta linha!), escolaridade obrigatória até ao 12º ano (algo de que já se vem falando há muito), alívio da carga fiscal da classe média (rica classe, que tantos votos dá!), regionalização (mais gente no poder) e casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Ah, e pedido de maioria absoluta, claro!
É evidente que os comentários de hoje fugiram para a história do casamento. Muito mais fácil para deixar as agruras da vida, muito mais expedita para que os debates ajudem a desviar atenções da dificuldade que se sente! Estratégico quase.
É também por isto que se vai ouvindo a voz da descrença. Porque existe a noção da política como jogo e pouco mais. Ainda hoje, na emissão aberta da Antena 1, passou um ouvinte que apelou à abstenção, em nome da recusa em pactuar com os políticos que têm servido Portugal. Obviamente, é um ponto de vista bem escorregadio, porque os partidos continuarão a reivindicar as decisões através de votos e os votos só para si. Obviamente, o ouvinte não tinha razão porque, devido a tão elevada abstenção, é que os resultados eleitorais têm sido o que são. A diminuição da abstenção implicaria resultados diferentes e as maiorias poderiam ser mais equilibradas. Já deu para perceber que, em Portugal, as maiorias absolutas têm uma linha de fronteira muito ténue com o autoritarismo, além de o mundo assumir mais um estatuto de encenação do que de realidade e só a verdade da governação contar.
Não há dúvidas de que a campanha eleitoral está em marcha. E os problemas também. E a classe média (querida classe média, sempre lembrada quando convém!...) ouvirá cantos de sereia a preceito.
É evidente que os comentários de hoje fugiram para a história do casamento. Muito mais fácil para deixar as agruras da vida, muito mais expedita para que os debates ajudem a desviar atenções da dificuldade que se sente! Estratégico quase.
É também por isto que se vai ouvindo a voz da descrença. Porque existe a noção da política como jogo e pouco mais. Ainda hoje, na emissão aberta da Antena 1, passou um ouvinte que apelou à abstenção, em nome da recusa em pactuar com os políticos que têm servido Portugal. Obviamente, é um ponto de vista bem escorregadio, porque os partidos continuarão a reivindicar as decisões através de votos e os votos só para si. Obviamente, o ouvinte não tinha razão porque, devido a tão elevada abstenção, é que os resultados eleitorais têm sido o que são. A diminuição da abstenção implicaria resultados diferentes e as maiorias poderiam ser mais equilibradas. Já deu para perceber que, em Portugal, as maiorias absolutas têm uma linha de fronteira muito ténue com o autoritarismo, além de o mundo assumir mais um estatuto de encenação do que de realidade e só a verdade da governação contar.
Não há dúvidas de que a campanha eleitoral está em marcha. E os problemas também. E a classe média (querida classe média, sempre lembrada quando convém!...) ouvirá cantos de sereia a preceito.
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