A propósito do Congresso Internacional de Promoção da Leitura, levado a cabo pela Fundação Calouste Gulbenkian hoje e amanhã, o suplemento “P2” do Público de hoje traz o trabalho “Leiam tudo o que puderem”, assinado por Rita Pimenta, um título que funciona quase como recomendação. Vários teóricos da leitura foram ouvidos para este trabalho, dos quais reproduzo as afirmações principais:
Peter Hunt, professor da Universidade de Cardiff (Reino Unido): "Se quisermos formar 'leitores funcionais', pessoas que conseguem ler o suficiente para ter uma vida normal, como saberem ler anúncios ou um aviso para que não caiam num buraco mais adiante, então pouco importa o que lêem. Para isso, servem os jogos de computador, os jornais, as bandas desenhadas ou a televisão. Se quisermos formar leitores que consigam compreender uma linguagem complexa, para que a sua vida seja também mais complexa e interessante, então, provavelmente, estes leitores precisarão de ler ficção, romances – livros.”
Teresa Colomer, da Universidade Autónoma de Barcelona: "A leitura é uma operação que amplia as capacidades do nosso cérebro. Permite-nos recriar experiências perceptivas, diferentes perspectivas intelectuais e emotivas e dar sentido às situações. Permite-nos dominar as possibilidades da linguagem e essa é a matéria-prima do nosso pensamento. O mundo torna-se mais inteligível (e por conseguinte torna-nos mais inteligentes). É uma forma de desfrutar melhor o nosso tempo de vida."
Galeno Amorim, escritor e jornalista brasileiro: "É fundamental ler, não importa o suporte. Ler (ou ouvir ou tactear!) livros, revistas, jornais, histórias aos quadradinhos, tudo. Mas, sobretudo, ler literatura, nos seus mais diferentes géneros". Virtudes da leitura: "Ler para ampliar o próprio universo, para se apropriar do conhecimento universal. Para desenvolver a inteligência, mas, principalmente, para olhar com o olhar do outro e, assim, se tornar mais tolerante, mais humano. Nos países pobres ou em desenvolvimento, ler é fundamental como meio de promover a cidadania."
Sandra Beckett, professora da Universidade de Brock, Canadá: “Mais adultos estão neste momento a ler literatura para a infância, porque alguns dos melhores escritores são desta área. Redescobrem assim o prazer de uma boa história, como nos casos das imaginadas por J.K. Rowling, Philip Pullman e outros."
Depois de todas estas considerações, o jornal ouviu alguns leitores sobre os livros que leram em crianças. Para Júlio Machado Vaz, Eduarda Abbondanza, Miguel Guilherme e José Rodrigues dos Santos, a colecção dos “Cinco”, de Enid Blyton é comum. Depois, vêm outros nomes: “Cavaleiro Andante”, Sandokan, Condessa de Ségur, Tom Sawyer, Principezinho, Walt Disney, Tintin, Alexandre Dumas, Flaubert, Golding, Tarzan, Spirou, Astérix, colecção “Argonauta”, tudo numa mistura de heróis, colecções e autores, até chegar a Camus, Luiz Pacheco e Henry Miller, tirados do recanto dos livros mais distantes ou “proibidos” lá em casa. Um aluno de 6º ano, João Pedro Lucas, acompanha o ritmo de descoberta com as colecções “Uma Aventura “ e “Viagens no Tempo” e com heróis como Harry Potter, Marley ou Eragon.
Não é difícil revermo-nos em muitas das opções, quer porque os títulos também nos entusiasmaram, quer porque, de repente, somos levados até à infância e às sensações que destas leituras e desses tempos nos ficaram. Hoje, continuo a ver que muitos destes heróis, à mistura com os do mais jovem leitor entrevistado, despertam o interesse dos alunos com quem trabalho e… continuo a ver o interesse que o Tintin desperta – além de ser seu leitor, e com repetições, vejo que os filhos também lá vão, mesmo o que ainda não chegou aos 6 anos, que tem no Tintin uma personagem favorita…
Peter Hunt, professor da Universidade de Cardiff (Reino Unido): "Se quisermos formar 'leitores funcionais', pessoas que conseguem ler o suficiente para ter uma vida normal, como saberem ler anúncios ou um aviso para que não caiam num buraco mais adiante, então pouco importa o que lêem. Para isso, servem os jogos de computador, os jornais, as bandas desenhadas ou a televisão. Se quisermos formar leitores que consigam compreender uma linguagem complexa, para que a sua vida seja também mais complexa e interessante, então, provavelmente, estes leitores precisarão de ler ficção, romances – livros.”
Teresa Colomer, da Universidade Autónoma de Barcelona: "A leitura é uma operação que amplia as capacidades do nosso cérebro. Permite-nos recriar experiências perceptivas, diferentes perspectivas intelectuais e emotivas e dar sentido às situações. Permite-nos dominar as possibilidades da linguagem e essa é a matéria-prima do nosso pensamento. O mundo torna-se mais inteligível (e por conseguinte torna-nos mais inteligentes). É uma forma de desfrutar melhor o nosso tempo de vida."
Galeno Amorim, escritor e jornalista brasileiro: "É fundamental ler, não importa o suporte. Ler (ou ouvir ou tactear!) livros, revistas, jornais, histórias aos quadradinhos, tudo. Mas, sobretudo, ler literatura, nos seus mais diferentes géneros". Virtudes da leitura: "Ler para ampliar o próprio universo, para se apropriar do conhecimento universal. Para desenvolver a inteligência, mas, principalmente, para olhar com o olhar do outro e, assim, se tornar mais tolerante, mais humano. Nos países pobres ou em desenvolvimento, ler é fundamental como meio de promover a cidadania."
Sandra Beckett, professora da Universidade de Brock, Canadá: “Mais adultos estão neste momento a ler literatura para a infância, porque alguns dos melhores escritores são desta área. Redescobrem assim o prazer de uma boa história, como nos casos das imaginadas por J.K. Rowling, Philip Pullman e outros."
Depois de todas estas considerações, o jornal ouviu alguns leitores sobre os livros que leram em crianças. Para Júlio Machado Vaz, Eduarda Abbondanza, Miguel Guilherme e José Rodrigues dos Santos, a colecção dos “Cinco”, de Enid Blyton é comum. Depois, vêm outros nomes: “Cavaleiro Andante”, Sandokan, Condessa de Ségur, Tom Sawyer, Principezinho, Walt Disney, Tintin, Alexandre Dumas, Flaubert, Golding, Tarzan, Spirou, Astérix, colecção “Argonauta”, tudo numa mistura de heróis, colecções e autores, até chegar a Camus, Luiz Pacheco e Henry Miller, tirados do recanto dos livros mais distantes ou “proibidos” lá em casa. Um aluno de 6º ano, João Pedro Lucas, acompanha o ritmo de descoberta com as colecções “Uma Aventura “ e “Viagens no Tempo” e com heróis como Harry Potter, Marley ou Eragon.
Não é difícil revermo-nos em muitas das opções, quer porque os títulos também nos entusiasmaram, quer porque, de repente, somos levados até à infância e às sensações que destas leituras e desses tempos nos ficaram. Hoje, continuo a ver que muitos destes heróis, à mistura com os do mais jovem leitor entrevistado, despertam o interesse dos alunos com quem trabalho e… continuo a ver o interesse que o Tintin desperta – além de ser seu leitor, e com repetições, vejo que os filhos também lá vão, mesmo o que ainda não chegou aos 6 anos, que tem no Tintin uma personagem favorita…
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