Diário da Auto-Estima – 93
Em Setembro passaram 50 anos sobre a publicação póstuma do Diário de Sebastião da Gama. Agora, em 11 de Janeiro, passaram 60 anos sobre a data em que a mesma obra começou a ser redigida.
“Janeiro, 11 – Para começar, falou connosco durante uma hora o senhor Dr. Virgílio Couto. De acordo com o que disse, vão ser as aulas de Português o que eu gosto que elas sejam: um pretexto para estar a conviver com os rapazes, alegremente e sinceramente. (…) Houve nesta conversa uma palavra para guardar tanto como as outras, mais que todas as outras: «O que eu quero principalmente é que vivam felizes».”
É este o primeiro registo que o leitor pode encontrar no Diário, começado a ser redigido em 11 de Janeiro de 1949, por recomendação do próprio professor metodólogo, apresentado como um exercício de reflexão da prática lectiva. E Sebastião da Gama respeitou a sugestão e usou-a a rigor: por estas páginas, passa o mais impressionante de um ano da relação de um professor com uma turma, as reflexões de um docente, a palavra dos alunos (que aqui têm voz própria, são transcritos e referidos), uma formação humanista extraordinária, uma cultura vastíssima, um conhecimento da literatura alargado, a discussão de práticas e a adopção de modelos, uma sensibilidade espantosa para a causa educativa, muitas reflexões pessoais. Mantém, volvidas seis décadas, toda a frescura da juventude de um professor e dos seus alunos, toda a crença na formação humana, todo o respeito pelo outro, ambos comungando numa vida de sinceridade e de aprendizagem do mundo. Ainda hoje se torna pertinente lê-lo e, provavelmente, a sua leitura ajudaria a encontrar soluções para muitos dos problemas de que a educação enferma no presente.
“Janeiro, 11 – Para começar, falou connosco durante uma hora o senhor Dr. Virgílio Couto. De acordo com o que disse, vão ser as aulas de Português o que eu gosto que elas sejam: um pretexto para estar a conviver com os rapazes, alegremente e sinceramente. (…) Houve nesta conversa uma palavra para guardar tanto como as outras, mais que todas as outras: «O que eu quero principalmente é que vivam felizes».”
É este o primeiro registo que o leitor pode encontrar no Diário, começado a ser redigido em 11 de Janeiro de 1949, por recomendação do próprio professor metodólogo, apresentado como um exercício de reflexão da prática lectiva. E Sebastião da Gama respeitou a sugestão e usou-a a rigor: por estas páginas, passa o mais impressionante de um ano da relação de um professor com uma turma, as reflexões de um docente, a palavra dos alunos (que aqui têm voz própria, são transcritos e referidos), uma formação humanista extraordinária, uma cultura vastíssima, um conhecimento da literatura alargado, a discussão de práticas e a adopção de modelos, uma sensibilidade espantosa para a causa educativa, muitas reflexões pessoais. Mantém, volvidas seis décadas, toda a frescura da juventude de um professor e dos seus alunos, toda a crença na formação humana, todo o respeito pelo outro, ambos comungando numa vida de sinceridade e de aprendizagem do mundo. Ainda hoje se torna pertinente lê-lo e, provavelmente, a sua leitura ajudaria a encontrar soluções para muitos dos problemas de que a educação enferma no presente.
“O que eu quero principalmente é que vivam felizes” bem poderia ser o lema a adoptar para a área da educação nos tempos que correm. Este desafio é, simultaneamente, a chave que convida para a leitura e para a apreciação de uma obra cujo conhecimento se afigura incontornável, apesar dos seus 60 anos, sobretudo para quem tenha interesse na causa da educação, independentemente da função que aí desempenha.
[adaptação de postal aqui colocado nas vésperas de 11 de Janeiro]
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