Diário da Auto-Estima – 99
Dicionário – Será que as definições apresentadas na crónica anterior mexeram, fizeram sorrir, aclamaram a indiferença? Mais algumas: uma “bomba” é “o que faz o som bom-bom”, “marisco” é “peixe de concha”, “magano” é “encantador com falsos afagos”, “bacharel” é “falador formado”, “cachaço” é “caixa dos miolos”, “pia” é “vaso de purificar pelo baptismo e de beber o gado”… Estas definições e as que transcrevi na anterior edição devem-se ao padre Bernardo Lima e Mello Bacelar, prior no Alentejo e, depois, franciscano, época em que tomou o nome de Frei Bernardo de Jesus Maria. Em 1783, publicou em Lisboa um Dicionário da Língua Portuguesa (de onde são retiradas as definições), que acabaria por ser proibido por causa dos sarcasmos lançados sobre o redactor e sobre a sua obra. Registou Inocêncio Francisco da Silva que este autor, “à força de querer ser conciso e sistemático em demasia, tornou-se escuro e, por vezes, ridículo”. E assim tem o leitor a história brevíssima de um dicionário português que se deixou tramar pela linguagem utilizada… Sente-se a razão que teve Daniel Pennac ao escrever que “os dicionários só nos garantem um leve sopro de eternidade” (em Mágoas da escola, 2009).
Sebastião da Gama – O mês de Abril teve, em Setúbal, Sebastião da Gama como uma das personalidades a evocar. Participei em algumas e sinto-me obrigado a fazer referência a duas: a primeira, em 18 de Abril, no Clube Setubalense, organizada pela professora Ermelinda Capoulas, da Escola Secundária Sebastião da Gama, com alunos de duas turmas de 8º ano, pelo esmero e empenho que os jovens puseram na selecção, organização e apresentação do poeta ao público (maioritariamente familiares dos participantes); a segunda, em 23 de Abril (Dia Mundial do Livro), na Escola Secundária da Bela Vista, em que alunos do 3º ciclo assistiram a uma sessão sobre o poeta, atentos e interessados, colaborantes e curiosos, contribuindo com a leitura de alguns poemas do “poeta da Arrábida”. Apetece perguntar: que é que a poesia de Sebastião da Gama tem que atrai a juventude? Ou: quais são as faltas que a poesia de Sebastião da Gama supera?
Sebastião da Gama – O mês de Abril teve, em Setúbal, Sebastião da Gama como uma das personalidades a evocar. Participei em algumas e sinto-me obrigado a fazer referência a duas: a primeira, em 18 de Abril, no Clube Setubalense, organizada pela professora Ermelinda Capoulas, da Escola Secundária Sebastião da Gama, com alunos de duas turmas de 8º ano, pelo esmero e empenho que os jovens puseram na selecção, organização e apresentação do poeta ao público (maioritariamente familiares dos participantes); a segunda, em 23 de Abril (Dia Mundial do Livro), na Escola Secundária da Bela Vista, em que alunos do 3º ciclo assistiram a uma sessão sobre o poeta, atentos e interessados, colaborantes e curiosos, contribuindo com a leitura de alguns poemas do “poeta da Arrábida”. Apetece perguntar: que é que a poesia de Sebastião da Gama tem que atrai a juventude? Ou: quais são as faltas que a poesia de Sebastião da Gama supera?
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