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Tarde quente, instalações abafadas e obsoletas (ao lado, está a ser construída a futura escola, a abrir, talvez, ao longo do próximo ano lectivo), alunos do 3º ciclo, num espaço normalmente rotulado como problemático (a Escola está alinhada no TEIP). Mas a sessão correu nos seus cerca de 60 minutos com os alunos empenhados, atitude demonstrada quer pela participação, quer pela atenção com que seguiram a viagem sugerida. E nem as condições os levaram a desviar o rumo…
Para mim, a experiência foi simpática. Os jovens manifestaram-se interessados. Talvez porque a mensagem do poeta lhes é cara; talvez porque alguns puderam ser protagonistas na sessão; talvez porque estavam com alguém de fora; talvez porque a Escola lhes é querida e familiar; talvez porque ali ainda é um espaço feliz; talvez porque a curiosidade lhes fale mais alto; talvez por tudo isto; talvez porque a vida é assim.
Notei que os próprios professores da Escola (a Solange, a Ana e outros) ficaram satisfeitos porque os seus alunos agiram como alunos absolutamente normais, nada a fazerem lembrar conotações menos felizes ou de despromoção. Até por isto, por esta possibilidade de se ver que os alunos da Escola Básica 2, 3 / S da Bela Vista são jovens que têm direito a não serem rotulados, acho que foi bom. E, no fim, todos quiseram o material que lhes levei – o Boletim Informativo da Associação Cultural Sebastião da Gama e a pequena antologia de textos do poeta que a Associação lhes ofereceu.
Tive ainda outro prazer pessoal: o do encontro com o Tiago, que há anos foi meu aluno e agora lecciona naquela Escola, e o do encontro com a Cristina, também há anos minha aluna no secundário e que ali quis ir ouvir falar sobre Sebastião da Gama porque o quer integrar num projecto de eco-turismo. O tempo recua e salta uma boa dezena de anos e volta para o agora, mostrando que continua a haver coisas que nos marcaram e uniram…
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