D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, tem entrevista no Público de hoje. Fico-me por alguns excertos.
1. «(…) [A crise] tinha que acontecer. O modo como as pessoas estavam a viver, o neoliberalismo do mero lucro, da ganância como critério para organizar a economia... A própria formação dos gestores: não se dava nenhuma ética e as pessoas quase assumiam que não tinham princípios e estavam interessadas só em ganhar dinheiro... (…)»
2. «(…) Há consciência de que as empresas precisam de dimensão social, há estruturas de "economia de comunhão", há alternativas, mas são raras. Trata-se de ajudar as pessoas a assumir a sua responsabilidade. Em Portugal, temos muito a ideia de que o responsável por tudo é sempre o Estado. Pode haver, num tempo de crise como este, confusão e desespero. É muito importante manter a serenidade: é possível sairmos disto, encontrar caminhos. Algumas empresas, felizmente não muitas, tinham capacidade financeira de recuperar e não abrir falência, aproveitaram a ocasião para o despedimento. É um atentado à ética. Quanto aos ordenados exorbitantes dos gestores, começa a ser gritante. É necessário que haja um pouco de decência, porque é mesmo obsceno no nosso tecido social. (…)»
3. «(…) Sabemos que não há um partido quimicamente puro, nem queremos que seja um executor da doutrina da Igreja. Admiramos muito os políticos que são bons políticos e que lutam pelo bem comum da sociedade. É preciso reabilitar a política em Portugal. Porque com o descrédito dos políticos que a comunicação social também provoca, é necessário reabilitar, precisamos de bons políticos. Com certeza que eles não têm todos os [nossos] princípios, mas há que escolher com consciência quem represente as nossas ideias e valores. (…)»
1. «(…) [A crise] tinha que acontecer. O modo como as pessoas estavam a viver, o neoliberalismo do mero lucro, da ganância como critério para organizar a economia... A própria formação dos gestores: não se dava nenhuma ética e as pessoas quase assumiam que não tinham princípios e estavam interessadas só em ganhar dinheiro... (…)»
2. «(…) Há consciência de que as empresas precisam de dimensão social, há estruturas de "economia de comunhão", há alternativas, mas são raras. Trata-se de ajudar as pessoas a assumir a sua responsabilidade. Em Portugal, temos muito a ideia de que o responsável por tudo é sempre o Estado. Pode haver, num tempo de crise como este, confusão e desespero. É muito importante manter a serenidade: é possível sairmos disto, encontrar caminhos. Algumas empresas, felizmente não muitas, tinham capacidade financeira de recuperar e não abrir falência, aproveitaram a ocasião para o despedimento. É um atentado à ética. Quanto aos ordenados exorbitantes dos gestores, começa a ser gritante. É necessário que haja um pouco de decência, porque é mesmo obsceno no nosso tecido social. (…)»
3. «(…) Sabemos que não há um partido quimicamente puro, nem queremos que seja um executor da doutrina da Igreja. Admiramos muito os políticos que são bons políticos e que lutam pelo bem comum da sociedade. É preciso reabilitar a política em Portugal. Porque com o descrédito dos políticos que a comunicação social também provoca, é necessário reabilitar, precisamos de bons políticos. Com certeza que eles não têm todos os [nossos] princípios, mas há que escolher com consciência quem represente as nossas ideias e valores. (…)»
4. «(…) À Igreja compete formar a consciência, não dirigir a opinião. A consciência de cada um deve depois tomar as suas decisões. (…)»
[foto: D. Carlos Azevedo, por Daniel Rocha, in Público]
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