segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Da vida nas escolas (1)

Ao ler-se no Público de hoje notícia sobre o grau de (in)cumprimento na entrega dos objectivos individuais pelos professores (“Contratados são quem mais está a cumprir primeira fase da avaliação”, assinado por Bárbara Wong), fica uma sensação estranha de tristeza pela organização de escola a que se está a chegar e por aquilo que o ambiente de escola está a ser. Para lá de não se saber ainda quantos serão os professores que vão alinhar na apresentação de um documento burocrático (apenas isso!), fica evidente que o que está a funcionar é a pressão e a vacuidade de soluções neste processo (ainda que sob a capa de diversidade).
Vejamos a evidência da primeira situação: “A maioria dos professores contratados está a entregar os objectivos individuais para serem classificados no âmbito do modelo de avaliação do desempenho docente. São os 'mais frágeis' do sistema e não querem ser prejudicados no próximo ano lectivo, explicam vários presidentes de conselhos executivos de escolas de todo o país.” – diz o parágrafo inicial do texto noticioso.
E, quanto à segunda situação: numa escola, “em vez de notificar os colegas em incumprimento, a presidente do conselho executivo decidiu que será ela própria a formular os objectivos, com base no projecto educativo da escola, para evitar que os professores sejam penalizados"; noutras escolas, “a maioria dos órgãos de gestão revela que, para cumprirem a lei, têm de enviar uma notificação aos professores para que sejam informados oficialmente de que estão em falta. A seguir a isso, desconhecem o que fazer.”
E, como conclusão: "A tensão nas escolas permanece. As pessoas andam como o tolo em cima da ponte, não querem ser incongruentes com aquilo que pensam, mas também não querem prejudicar-se", disse uma das professoras contactadas pelo jornal.
Valeu a pena ter-se chegado até aqui?

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