João Céu e Silva publica no Diário de Notícias de hoje o que ficou de uma entrevista com António Lobo Antunes. Dois destaques: o próximo livro e o fim anunciado (?) da publicação.
Quanto ao próximo título, Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar?, o tom de Lobo Antunes deixa o desafio: "É um livro óptimo para dar um trabalhão à crítica. Eu queria fazer um romance à maneira clássica, que destruísse todos os romances feitos desse modo." Quanto ao futuro da obra… alguns excertos:
ACABAR - «(…) Vou publicar este livro que acabei agora e escrever um último livro para arredondar a obra. Essa é a minha ideia. Depois, nessa altura, quando sair esse livro que arredonda, que eu penso que me levará dois anos de trabalho - se conseguisse começá-lo este ano -, acabam os romances, acabam as crónicas, acaba tudo e não publico mais nada. A minha voz falada ou escrita já não se ouvirá mais. (…)»
APANHAR - «(…) Eu fui apanhado por toda esta engrenagem editorial, de agentes, disto tudo que era um mundo inimaginável quando o meu primeiro livro saiu. Não conhecia ninguém, nada, nem um único escritor e a maior parte dos meus amigos - os meus camaradas na guerra - nem sequer sabiam que eu escrevia. (…)»
ESCREVER - «(…) Eu escrevo porque se não escrever a minha vida fica sem nexo e sentido. Parece que me construí a mim mesmo para isto. Não era para publicar, era para escrever e fui apanhado por uma engrenagem. (…)»
CALAR - «(…) Há já muito tempo que penso em voltar a calar-me e fazer como na adolescência: escrevia as coisas, corrigia, corrigia e depois destruía. Depois fazia outro, corrigia e destruía… E andei nisto anos. (…)»
Quanto ao próximo título, Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar?, o tom de Lobo Antunes deixa o desafio: "É um livro óptimo para dar um trabalhão à crítica. Eu queria fazer um romance à maneira clássica, que destruísse todos os romances feitos desse modo." Quanto ao futuro da obra… alguns excertos:
ACABAR - «(…) Vou publicar este livro que acabei agora e escrever um último livro para arredondar a obra. Essa é a minha ideia. Depois, nessa altura, quando sair esse livro que arredonda, que eu penso que me levará dois anos de trabalho - se conseguisse começá-lo este ano -, acabam os romances, acabam as crónicas, acaba tudo e não publico mais nada. A minha voz falada ou escrita já não se ouvirá mais. (…)»
APANHAR - «(…) Eu fui apanhado por toda esta engrenagem editorial, de agentes, disto tudo que era um mundo inimaginável quando o meu primeiro livro saiu. Não conhecia ninguém, nada, nem um único escritor e a maior parte dos meus amigos - os meus camaradas na guerra - nem sequer sabiam que eu escrevia. (…)»
ESCREVER - «(…) Eu escrevo porque se não escrever a minha vida fica sem nexo e sentido. Parece que me construí a mim mesmo para isto. Não era para publicar, era para escrever e fui apanhado por uma engrenagem. (…)»
CALAR - «(…) Há já muito tempo que penso em voltar a calar-me e fazer como na adolescência: escrevia as coisas, corrigia, corrigia e depois destruía. Depois fazia outro, corrigia e destruía… E andei nisto anos. (…)»
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