«(...) A memória parece ter andado arredada da escola. O aprender de cor adquiriu uma conotação negativa entre nós, porque foi sempre associado a aprender sem qualquer "ganho hedónico". Entendo que não há melhor forma de aprender do que de cor (de cuore ou com o coração), ou seja, com esforço. Estou certo de que este esforço se traduz na aquisição de alguns automatismos que libertam a memória para o recurso a outras estratégias mais elaboradas. Devemos por isso encorajar e ensinar as nossas crianças a usarem estratégias de memória (e.g., mnemónicas motoras, mnemónicas verbais, cantilenas, etc.).
Trazer a memória para a escola dando às crianças algumas armas cognitivas que lhes permitam usá-la sem esforço e valorizá-las por as adquirirem pode ser mais um pequeno passo no sentido da melhoria do seu desempenho escolar.»
Pedro B. Albuquerque. "É preciso levar a memória de trabalho para a escola?".
Em Causa: Aprender a Aprender. Col. "Questões-Chave da Educação".
Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos / Porto Editora, 2011, pg. 92.
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