sábado, 29 de outubro de 2011

A "felicidade" dos 100 mil

O jovem sai da motorizada, tira o capacete e o inquérito sobre a felicidade surge. O clube? Não o faz feliz. A escola? Só o faz feliz nos intervalos. A namorada? Ainda não o faz feliz. Então o que o pode fazer feliz? Talvez uns 100 mil!
O desempenho é artificial, o anúncio é dos “25 dias Jumbo”, passa na televisão em horário nobre.
A gente vê e questiona-se. A cadeia de hipermercados só encontra a felicidade pelo dinheiro; não entende a felicidade pelas opções próprias ou pela vida aprendida com vitórias e com derrotas; não entende a felicidade valorizada pelo saber; não entende a felicidade da relação humana. E um jovem adolescente é empurrado para todo este mundo, aniquilando outros valores que não os do dinheiro… Nem sequer se levanta o véu de uma educação para o consumo, nada!
Uma sociedade que se interessasse consigo mesma teria já repudiado a história deste anúncio. Que pode ela esperar de jovens adolescentes que se vendem ao fascínio do dinheiro, desprezando o fascínio da formação humana? Entretanto, os dias felizes do hipermercado correm… enquanto o jovem vê a felicidade de contribuir para o anúncio dos 100 mil que não para ficar com eles… As sociedades têm os deuses que merecem, não é?

1 comentário:

Paulo Assim disse...

O caricato é que o jovem nem parece ter idade para andar de motorizada...
Tudo isto é muito triste, realmente. Tenho reparado numa eventual infantilização da sociedade, conscientemente ou não, no que toca a publicidade na rádio e TV: andam a tratar os adultos com criancices e imbecilidades.
Abraço,
Paulo