O que pode levar a que surja um diário de uma adolescente? Esta pergunta não tinha passado pela mente de Inês Tavares, que pensava receber um i-pod como prenda de aniversário, mas a avó trocou-lhe as voltas ao oferecer-lhe um “diário” e justificando: “Isto é para escreveres e guardares os teus segredos”. E Inês começou a escrever um diário, ainda que sem data, mas em 19 capítulos, que abrangeram o período de um ano, entre Janeiro, mês do seu aniversário, e o Natal, época de família, altura em que o volume do “diário” acabou.
É o que se passa em A vida nas palavras de Inês Tavares (Alfragide: Caminho, 2008), obra que tem o subtítulo de “Diário de quem só quer a paz no mundo e o Brad Pitt”, último livro de Alice Vieira. Por lá passa a vida encarada do alto dos 13 anos, com muitas opiniões resultantes da procura e afirmação da identidade, das preocupações juvenis, do ritmo da escola e das vivências com os amigos, da família, da sociedade e das suas convenções, das referências contemporâneas, da alucinação consumista. É uma história próxima no tempo, nossa contemporânea, que vai tendo marcas de acontecimentos recentes, seja pelos concertos, seja pelas opiniões, seja pelos heróis, seja pelos hábitos, seja pelos pequenos eventos que têm sido notícia… A título de exemplo, quase no final, em tempo de Outono e de castanhas, escreve Inês: “E depois há as castanhas. O cheiro das castanhas. O sabor das castanhas. O calor que passa para as nossas mãos quando as agarramos. Mas desde este ano que as castanhas estão diferentes. Por causa de uma lei qualquer, passou a ser proibido embrulhá-las em papel de jornal ou nas folhas das Páginas Amarelas. Agora tem que ser tudo muito limpo, muito sem micróbios, tal como manda a Europa. E, como todos sabemos, a Europa é que manda em nós. Mas ainda me lembro do que eu aprendia num pacote de castanhas.”
Escrita rápida, com humor bastante e um olhar para o mundo de forma descomplexada, o livro cativa pela simplicidade, num oscilar entre o conhecimento do passado e o confronto com o presente cheio de reticências e de desafios, à velocidade de uma forma de ver o mundo e a vida, justificando, aliás, o título. Pelo meio, vai havendo uma ou outra mensagem de apaziguamento e, no final… aquilo que a avó Gi (que foi a ofertante do caderno) nem sonharia: o “diário” acaba também por guardar um segredo que pertenceu ao passado da avó, que explica, por outro lado, o azedume que as duas avós de Inês amorosamente mantinham quando se encontravam.
É o que se passa em A vida nas palavras de Inês Tavares (Alfragide: Caminho, 2008), obra que tem o subtítulo de “Diário de quem só quer a paz no mundo e o Brad Pitt”, último livro de Alice Vieira. Por lá passa a vida encarada do alto dos 13 anos, com muitas opiniões resultantes da procura e afirmação da identidade, das preocupações juvenis, do ritmo da escola e das vivências com os amigos, da família, da sociedade e das suas convenções, das referências contemporâneas, da alucinação consumista. É uma história próxima no tempo, nossa contemporânea, que vai tendo marcas de acontecimentos recentes, seja pelos concertos, seja pelas opiniões, seja pelos heróis, seja pelos hábitos, seja pelos pequenos eventos que têm sido notícia… A título de exemplo, quase no final, em tempo de Outono e de castanhas, escreve Inês: “E depois há as castanhas. O cheiro das castanhas. O sabor das castanhas. O calor que passa para as nossas mãos quando as agarramos. Mas desde este ano que as castanhas estão diferentes. Por causa de uma lei qualquer, passou a ser proibido embrulhá-las em papel de jornal ou nas folhas das Páginas Amarelas. Agora tem que ser tudo muito limpo, muito sem micróbios, tal como manda a Europa. E, como todos sabemos, a Europa é que manda em nós. Mas ainda me lembro do que eu aprendia num pacote de castanhas.”
Escrita rápida, com humor bastante e um olhar para o mundo de forma descomplexada, o livro cativa pela simplicidade, num oscilar entre o conhecimento do passado e o confronto com o presente cheio de reticências e de desafios, à velocidade de uma forma de ver o mundo e a vida, justificando, aliás, o título. Pelo meio, vai havendo uma ou outra mensagem de apaziguamento e, no final… aquilo que a avó Gi (que foi a ofertante do caderno) nem sonharia: o “diário” acaba também por guardar um segredo que pertenceu ao passado da avó, que explica, por outro lado, o azedume que as duas avós de Inês amorosamente mantinham quando se encontravam.
Frases vivas
1. “Quando o nosso coração está completamente cheio de amor por alguém, nada o pode desviar para outros lugares, por mais próximos de nós que estejam.”
2. “O que a gente faz pela felicidade dos nossos pais não tem explicação.”
3. “O Natal devia ser um tempo tranquilo, um tempo em que devíamos ter mais paciência uns para os outros, um tempo de (…) forrarmos de amor o nosso coração. Pois devia. Mas infelizmente não é. O Natal tornou-se um tempo de correrias desenfreadas, de compras desenfreadas (e às vezes vai-se a ver e compramos tudo trocado) e quando finalmente ele termina estamos todos mais cansados do que se tivéssemos andado horas na montanha russa.”
4. “É a sorrir que nos devemos lembrar daqueles que amamos e que já não estão connosco.”
3. “O Natal devia ser um tempo tranquilo, um tempo em que devíamos ter mais paciência uns para os outros, um tempo de (…) forrarmos de amor o nosso coração. Pois devia. Mas infelizmente não é. O Natal tornou-se um tempo de correrias desenfreadas, de compras desenfreadas (e às vezes vai-se a ver e compramos tudo trocado) e quando finalmente ele termina estamos todos mais cansados do que se tivéssemos andado horas na montanha russa.”
4. “É a sorrir que nos devemos lembrar daqueles que amamos e que já não estão connosco.”
Sem comentários:
Enviar um comentário