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A propósito da leitura de Os Maias, Desidério Murcho traz García Marquez, traz o seu tempo de estudante, traz o quão perniciosas foram as análises "formalistas", traz memórias de falsa literatura, traz a luta entre a paixão de ler e o desinteresse pela cultura... Esta história passa um pouco pelas memórias de todos e também todos nos lembramos do professor Keating (de O Clube dos Poetas Mortos) a aconselhar os alunos que rasgassem as páginas introdutórias de um manual escolar pelas "aberrações" que ali eram ditas, por pretenderem ensinar a "medir" a poesia presente num texto literário... Desidério Murcho foi buscar a leitura d'Os Maias, mas podia ter ido buscar a d'Os Lusíadas, em que muita gente perdia o gosto da leitura em favor do desgosto da divisão das orações... Obviamente, o que tem faltado no meio de tudo isto é o encontro com a razoabilidade, algo que tem que estar entre o prazer de ler e de imaginar e recriar e o estudo da construção de uma obra de arte, um bom desafio, de resto, para todos...
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