No Público de hoje, Helena Matos, sob o título "Infelizmente são uns gajos porreiros", escreve sobre a sociologia da "porreirice". E merece uma olhada, num reino em que "ser porreiro" continua a dar. Continua?
«(...) Num país que foge do debate ideológico como o diabo da cruz, a "porreirologia" é uma espécie de sociologia informal baseada na existência dos "tipos porreiros". O que é um porreiro? Grosso modo o gajo ou tipo porreiro é uma espécie de íntimo, não tanto por se partilhar com ele grande coisa mas sobretudo porque está implícito que um gajo porreiro não incomoda aqueles com quem partilha esse estatuto. Os gajos porreiros podem fazer coisas que são interditas aos outros porque está implícito que as fazem naturalmente de forma porreira. Ou seja, despindo-as das suas consequências e aligeirando-as naquilo que têm de questionável. Afinal, ensina a "porreirologia" que os gajos porreiros só podem fazer coisas porreiras, logo um tipo que seja porreiro não faz de desmancha-prazeres, estragando os objectivos certamente porreiros dos outros tipos, porreiros como ele mesmo. (...) Mas, e aí está o problema do porreirismo, não se pode abordar o exercício dum cargo de poder com o mesmo critério com que se escolhe alguém para conversar, ir ao cinema ou até trabalhar. (...)»
«(...) Num país que foge do debate ideológico como o diabo da cruz, a "porreirologia" é uma espécie de sociologia informal baseada na existência dos "tipos porreiros". O que é um porreiro? Grosso modo o gajo ou tipo porreiro é uma espécie de íntimo, não tanto por se partilhar com ele grande coisa mas sobretudo porque está implícito que um gajo porreiro não incomoda aqueles com quem partilha esse estatuto. Os gajos porreiros podem fazer coisas que são interditas aos outros porque está implícito que as fazem naturalmente de forma porreira. Ou seja, despindo-as das suas consequências e aligeirando-as naquilo que têm de questionável. Afinal, ensina a "porreirologia" que os gajos porreiros só podem fazer coisas porreiras, logo um tipo que seja porreiro não faz de desmancha-prazeres, estragando os objectivos certamente porreiros dos outros tipos, porreiros como ele mesmo. (...) Mas, e aí está o problema do porreirismo, não se pode abordar o exercício dum cargo de poder com o mesmo critério com que se escolhe alguém para conversar, ir ao cinema ou até trabalhar. (...)»
2 comentários:
O porreieismo politiquês é, cada vez mais, uma doença que mina de mentira este país de brandos costumes!!!
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