Encontro entre Colombo e os Reis Católicos (Córdoba, Alcázar)
Foi em 17 de Abril de 1492 que Cristóvão Colombo firmou contrato com os Reis Católicos, Fernando e Isabel de Castela, para ter apoio na constituição de uma Armada que o levasse à Índia por via marítima. No entanto, essa "descoberta" só seria levada a cabo por Vasco da Gama uns anos mais tarde, quando a frota portuguesa saiu de Lisboa em 1497.
Contudo, o acordo de Colombo com os Reis Católicos, sobre o qual passam hoje 525 anos, levaria o genovês, sob o patrocínio espanhol, até ao novo mundo da América, território que ficaria associado ao nome deste navegador.
A propósito do papel de Colombo, bem podemos recordar o que escreveu José Sarmento de Matos: "Genovês de nação, como diz João de Barros, lisboeta por aprendizagem e sevilhano por aposta, Cristóvão Colombo evidencia bem a interligação da vasta área de cultura mediterrânea que pouco a pouco se foi abrindo para a largueza do Atlântico. Nessa simbiose de experiências e conhecimentos, Colombo funciona como um europeu, participante num processo de expansão que a todos dizia respeito. Além desse carácter supra-nacional, uma outra característica sua é especialmente atraente para os dias que correm: o marcado individualismo da sua acção, que faz do Almirante uma espécie de 'self-made man' singrando entre interesses poderosos e contraditórios."
E continua Sarmento de Matos, em comparação entre Colombo e Vasco da Gama: "Aos invés das viagens portuguesas, elos de uma cadeia que a política régia ia desenvolvendo numa sucessão estudada de etapas, o gesto de Colombo é um acto isolado, fruto de um misto de teimosia, ambição e visionariam, que encontrou na Rainha de Castela um patrono à altura. Enquanto Vasco da Gama prestava contas ao Rei, Colombo prestava-as a si mesmo, ou seja, confiava ao seu Diário certezas e dúvidas, quimeras e frustrações, produtos exclusivos da inabalável fé na sua tenacidade." E, a concluir sobre a importância desta figura: "Esta dupla caracterização faz dele, sem dúvida, uma personagem ímpar, uma das poucas mesmo cuja solitária obstinação influenciou o curso factual da história." (Oceanos. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, nº 10, Abril.1992, pg. 26).
Encontro entre Colombo e os Reis Católicos (Córdoba, Alcázar)
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