segunda-feira, 10 de abril de 2017

Sebastião da Gama, 93 anos, hoje



Fosse Sebastião da Gama vivo e faria hoje 93 anos. A sorte não quis, contudo, que assim fosse e, quando os 27 anos lhe corriam nas veias, a vida quebrou-se. E, a partir daí, ficou a memória, ficaram as memórias.
Sebastião da Gama é hoje lembrança de muitos que ainda o conheceram - alunos (de Setúbal, de Lisboa, de Estremoz), amigos e alguns familiares, gente que recorda a bom humor, a delicadeza de trato, a pedagogia, a graça e a poesia que o caracterizavam. Sebastião da Gama é hoje memória para muitos mais, uma memória trazida pela escrita de um poeta compulsivo e não menos compulsivo leitor, uma memória advinda da poesia que se cruzou com a Arrábida (a "serra-mãe"), com o divino, com a Natureza, com a vida e as suas coisas simples, com a tradição literária portuguesa, uma memória intensa trazida também pelo seu Diário, que, como alguém disse (creio que foi Maria de Lourdes Belchior), se tivesse tido um autor francês, inglês ou americano, seria estudado em todo o mundo culto.
Sebastião da Gama é autor a ler e a divulgar pelo seu importante contributo para a poesia portuguesa de meados do século XX. Sebastião da Gama é autor a ler porque das suas obras jorra um sempre contínuo fluxo de descoberta e de mergulho na beleza da vida! 

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