A história do mais recente acordo ortográfico ainda está muito mal contada. E, provavelmente, continuará mal contada. Já toda a gente percebeu que a aprovação deste acordo foi uma questão política de significado duvidoso – não foi uniformizada a ortografia entre os lusófonos, são permitidas variações ortográficas diversas mesmo para os lusófonos de um país, as bases do acordo permitem a confusão da pronúncia em algumas palavras, etc., etc.
O ano lectivo vai começar, sendo as escolas o primeiro espaço em que, oficialmente, vai entrar o acordo ortográfico, mas nem todos os manuais foram revistos em conformidade, o que até se compreende. Os periódicos lá têm vindo a aderir ao acordo, num gesto que pareceu inovação – afinal, devem, também eles pugnar pela ortografia –, mas muitos colaboradores não aderem a essa nova escrita e fazem questão de o dizer numa nota em final de artigo.
Poderá não tardar muito e vir aí uma lei proibitiva da ortografia tal como a praticamos hoje… em defesa de um acordo ortográfico que não dá garantias, de um acordo ortográfico que nasceu com o propósito de uniformizar e poupar e acabou como vemos!
A revista Ler, na sua edição de Setembro, vai abordar o tema. E, a adivinhar pela apresentação, promete!
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