A propósito da Futurália (Feira da Juventude, Qualificação e Emprego), que vai ter lugar em Lisboa entre 10 e 13 de Dezembro, Marçal Grilo, que preside à Comissão Consultiva do evento, teve entrevista publicada no Expresso de ontem, no suplemento “Emprego”.
Respondendo à questão sobre as áreas que lhe causam maior preocupação no panorama educativo, disse: “Preocupam-me alguns currículos nos cursos de formação de professores. Devíamos ter uma componente, designadamente para os professores dos primeiros anos de escolaridade, com maior incidência na componente científica. Além disso, verifica-se também um grande afastamento em áreas como a Matemática, as Ciências e as Tecnologias. E esta é uma matéria muito sensível porque temos alguns desencontros estruturais a este nível. Precisamos de mais gente nas áreas de tecnologia, ciências e engenharia. Preocupa-me também a atitude que muitos compatriotas têm em relação à escola. Eles não olham para a escola como algo que possa ser relevante para o futuro dos seus filhos, como um instrumento de aprendizagem, mas mais no sentido de a ultrapassar. Preocupam-se sobretudo que os miúdos passem e não tanto com o que eles sabem. Confesso que me inquieta também uma certa deterioração das relações entre os vários parceiros. Já o disse publicamente e faço votos para que este clima não regresse, pois isso reflecte-se no ambiente vivido nas escolas e quem sai prejudicado são as crianças e os jovens.”
Respondendo à questão sobre as áreas que lhe causam maior preocupação no panorama educativo, disse: “Preocupam-me alguns currículos nos cursos de formação de professores. Devíamos ter uma componente, designadamente para os professores dos primeiros anos de escolaridade, com maior incidência na componente científica. Além disso, verifica-se também um grande afastamento em áreas como a Matemática, as Ciências e as Tecnologias. E esta é uma matéria muito sensível porque temos alguns desencontros estruturais a este nível. Precisamos de mais gente nas áreas de tecnologia, ciências e engenharia. Preocupa-me também a atitude que muitos compatriotas têm em relação à escola. Eles não olham para a escola como algo que possa ser relevante para o futuro dos seus filhos, como um instrumento de aprendizagem, mas mais no sentido de a ultrapassar. Preocupam-se sobretudo que os miúdos passem e não tanto com o que eles sabem. Confesso que me inquieta também uma certa deterioração das relações entre os vários parceiros. Já o disse publicamente e faço votos para que este clima não regresse, pois isso reflecte-se no ambiente vivido nas escolas e quem sai prejudicado são as crianças e os jovens.”
Mais adiante, falando sobre o sucesso, essa palavra mágica que parece resolver todos os problemas do universo e que parece ser o único objectivo a atingir pela sociedade, considerou o ex-Ministro da Educação: “É preciso também perceber o que se pretende com o sucesso nas escolas. Para mim, o sucesso traduz-se nos alunos saberem mais, terem maior consciência das suas capacidades e uma atitude diferente perante o mundo e a sociedade.” O facto de 60% da população portuguesa ter o máximo de seis anos de escolaridade mereceu-lhe o seguinte comentário: “Isso é uma falha terrível que não fomos capazes de equacionar depois do 25 de Abril. A minha geração vai ficar aqui com um peso na consciência por não ter sido capaz de motivar os jovens para a educação. Houve muita euforia mas faltou isto. Não é admissível que tenhamos estas taxas de insucesso e de abandono escolar.”
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