O leitor Santana-Maia Leonardo tem uma carta divulgada no Público de hoje sobre a questão das reprovações no ensino básico. A questão é pertinente, sobretudo depois de se ter passado um período de discussão sobre facilitismos em exames, sobre avaliações para o sucesso ou para a estatística, sobre necessidade ou não de haver alunos que reprovam, sobre o mal-estar que tudo isto junto gera.
As propostas de avaliação feitas por um docente valem a apreciação sobre o andamento do estudante na respectiva disciplina, aí incluindo as atitudes e os saberes que são inerentes à mesma. Um Conselho de Turma aprova as propostas, muitas vezes com discussão e daí sai uma avaliação para o aluno. Se o aluno reprova ou não, essa deveria ser uma questão de política – como o é, de facto, uma vez que não é o Conselho de Turma nem a escola quem define o número de notas positivas necessário para um aluno progredir, assim como não decide o contrário. O princípio de que um aluno reprova com dois níveis abaixo de 3 tem o mesmo valor que aquele que defende que o aluno reprova com quatro níveis inferiores a 3 ou que o aluno não reprova nunca. Questão de números e de imagens forçadas, apenas, sobretudo numa sociedade em que o sucesso se mede na fronteira entre o 2 e o 3, com todos os problemas daí advenientes, como sejam o de ser pouco valorizado o esforço e o trabalho ou o de fazer tudo pelo mínimo!...
Daí que me pareça sensata a proposta do leitor do Público: “se os alunos não reprovassem, as classificações atribuídas pelos professores poderiam reflectir o verdadeiro nível atingido pelo aluno a cada disciplina, permitindo dessa forma a qualquer pessoa (aluno, pai, professor, analista, empregador, ministra, etc.) interpretar os resultados, tomar medidas e extrair daí as consequências. Neste caso, se um aluno quisesse terminar a escolaridade obrigatória com nível três, não lhe bastava ficar sentado no seu lugar à espera que o tempo passasse, teria de trabalhar e de se esforçar para isso, caso contrário terminava com nível um. Além disso, isso valorizava e credibilizava, inevitavelmente, os certificados de habilitações, evitava que os repetentes se amontoassem nas turmas à espera da sua hora de passar sem fazer nada e permitiria à ministra e à escola encaminhar e apoiar os alunos com nível um e dois, com vista à sua recuperação.”
Sempre estaríamos num caminho que chamava mais a atenção para o empenhamento de todos (e de cada um), aí incluindo estudantes, famílias, escolas, aí incluindo a sociedade, que, como se sabe, não gosta de ser tabelada por baixo!
As propostas de avaliação feitas por um docente valem a apreciação sobre o andamento do estudante na respectiva disciplina, aí incluindo as atitudes e os saberes que são inerentes à mesma. Um Conselho de Turma aprova as propostas, muitas vezes com discussão e daí sai uma avaliação para o aluno. Se o aluno reprova ou não, essa deveria ser uma questão de política – como o é, de facto, uma vez que não é o Conselho de Turma nem a escola quem define o número de notas positivas necessário para um aluno progredir, assim como não decide o contrário. O princípio de que um aluno reprova com dois níveis abaixo de 3 tem o mesmo valor que aquele que defende que o aluno reprova com quatro níveis inferiores a 3 ou que o aluno não reprova nunca. Questão de números e de imagens forçadas, apenas, sobretudo numa sociedade em que o sucesso se mede na fronteira entre o 2 e o 3, com todos os problemas daí advenientes, como sejam o de ser pouco valorizado o esforço e o trabalho ou o de fazer tudo pelo mínimo!...
Daí que me pareça sensata a proposta do leitor do Público: “se os alunos não reprovassem, as classificações atribuídas pelos professores poderiam reflectir o verdadeiro nível atingido pelo aluno a cada disciplina, permitindo dessa forma a qualquer pessoa (aluno, pai, professor, analista, empregador, ministra, etc.) interpretar os resultados, tomar medidas e extrair daí as consequências. Neste caso, se um aluno quisesse terminar a escolaridade obrigatória com nível três, não lhe bastava ficar sentado no seu lugar à espera que o tempo passasse, teria de trabalhar e de se esforçar para isso, caso contrário terminava com nível um. Além disso, isso valorizava e credibilizava, inevitavelmente, os certificados de habilitações, evitava que os repetentes se amontoassem nas turmas à espera da sua hora de passar sem fazer nada e permitiria à ministra e à escola encaminhar e apoiar os alunos com nível um e dois, com vista à sua recuperação.”
Sempre estaríamos num caminho que chamava mais a atenção para o empenhamento de todos (e de cada um), aí incluindo estudantes, famílias, escolas, aí incluindo a sociedade, que, como se sabe, não gosta de ser tabelada por baixo!
2 comentários:
Por acaso pensei o mesmo quando li a tal carta.
Não sei se concordo.
O que fazer com os que não se empenham?
Ligo esta reflexão com o texto anterior do Marçalo Grilo com quem estou, de certeza, de acordo:
« ...o sucesso traduz-se nos alunos saberem mais, terem maior consciência das suas capacidades e uma atitude diferente perante o mundo e a sociedade.”
MCT
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