Na noite de 31 de Agosto para 1 de Setembro, num acidente na A2, ali para os lados do Fogueteiro, num despiste seguido de atropelamento, o Gonçalo despedia-se da vida. Aos 27 anos.
Desaparecia o sorriso com que recebia as pessoas e acabava-se o modo de ser interessado e atento a tudo. Findava um trajecto dinâmico e uma alegria que contagiava. Terminava uma relação boa com a vida.
Impressionante foi o testemunho do padre José Gusmão, pároco de S. Paulo (Setúbal), ao relembrar a inquietação do Gonçalo, há uns anos, perante a morte de um jovem, um final semelhante ao seu; mais impressionante foi o testemunho do irmão nas cerimónias fúnebres de hoje. Marcos Santos assinalou a juventude, a utopia, a alegria, as convicções e a boa disposição do irmão, elementos cativantes e cinzeladores do seu trajecto, levando todos os participantes a sentirem a memória de um modo feliz, antevista na “Oração de Santo Agostinho” – “Não estou longe, somente estou do outro lado do caminho. Já verás, tudo está bem. Redescobrirás o meu coração e nele redescobrirás a ternura mais pura. Seca as tuas lágrimas e, se me amas, não chores mais.”
E que dizer das palmas que irromperam à passagem do carro fúnebre? Uma saudação à memória, por certo, mas também um acto de agradecimento pelo testemunho que a vida terá sido. O gesto de aclamar foi instantâneo e rapidamente se alastrou, numa onda de solidariedade. Exemplar maneira de assinalar a memória!
2 comentários:
Continuo devastada com a morte repentina do Gonçalo o tempo não me ajuda e, apesar do pedido, as lágrimas caem e a voz treme-me sempre que o recordo ou menciono a alguém que já não vive.
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