David Laws, o novo Secretário do Tesouro britânico, revelou o conteúdo de uma carta que o seu antecessor, Liam Byrne, lhe deixou no gabinete, que dizia muito laconicamente o seguinte: “Caro Secretário, lamento informá-lo que já não há dinheiro.”
Novidade? Ou já há muito tempo que não há dinheiro e a história do pagamento por cartões ou por outras formas tem sido o adiar dessa constatação, numa operação de engenharia? Sim, onde está o dinheiro, que a gente vê cada vez menos? Onde está o dinheiro, que adquire valores de insignificância quando ouvimos falar de números astronómicos de euros que nem sabemos o que significam? O que anuncia verdadeiramente esta revelação de Byrne para Laws, ao dizer-lhe que… “já não há dinheiro”? Cada vez mais, uma expressão como “dinheiro vivo” faz parte da arqueologia da língua e só serve para memória… dos tempos em que ainda havia dinheiro, sobretudo numa altura em que a economia virtual (!) é que nos governa, venha ela pela Bolsa ou pelas “dicas” das frentes que se reúnem para comandar a economia mundial!
1 comentário:
A cultura do dinheiro, essa prodigiosa ficção que tão precioso apoio deu ao indispensável comércio exigido pela sobrevivência e desenvolvimento da espécie, foi longe de mais no abuso!
Ainda não o suficiente. Felizmente, porque o teramoto podia ser fatal para o edifício que não é anti-sísmico.99% de nós acredita que é o dinheiro que dá as batatas! Se para trabalhar ainda é preciso emprego, que ao menos os senhores financeiros não nos tirem os cartões ou ficamos sem batatas!
Obrigado, Dr. João Ribeiro!
MM
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