“Uma leitura do Diário 60 anos depois” foi o tema que Fernando António Baptista Pereira trouxe ao Museu Sebastião da Gama, em Azeitão, nesta noite, actividade integrada na “Noite dos Museus”.
Foi uma leitura pessoal do Diário de Sebastião da Gama, obra escrita no período 1949-1950 (apenas publicada em 1958), justificada por se poder “encontrar nas páginas de Sebastião da Gama a paixão de ser professor”. Como ideias fortes, Baptista Pereira deixou a da pedagogia do Diário, em que “o grande segredo reside em gostar daquilo que se faz, em gostar dos outros”, a da actualidade desta obra e a da leitura do Diário como complemento da obra poética ou desta como complemento daquele, já que Sebastião da Gama “era poeta, homem e professor em todo o lado”.
Para Baptista Pereira, os vectores inovadores principais do Diário são: a modernidade pedagógica (não-directividade; recusa da punição em favor da consciencialização, da lealdade e da responsabilização), educação para a liberdade e para a cidadania, acompanhamento individual dos alunos dentro e fora da sala de aula e não esquecimento dos alunos durante as férias.
Ao longo da comunicação, houve excertos da obra, a comprovarem a actualidade da sua mensagem, bem como a valorização do Sebastião da Gama pedagogo e poeta, que se retratou nos poemas “O menino grande” e “Carta de guia”, ambos datados de 1946 e ambos publicados postumamente, em Itinerário paralelo (1967), focagens que cantam a alegria permanente, visível também nas entradas do Diário como ingrediente necessário para se educar.
No final, ficou a sensação da necessidade de esta obra dever ser de leitura e estudo obrigatório na formação de professores. Na prática dos professores, acrescento, e, já agora, leitura recomendada para quem tenha preocupações na área da educação, independentemente da função que desempenha.
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