O discurso da e sobre a humildade de José Sócrates é algo que corre o risco de se fazer equivaler a teatro. Imagine-se a distância que vai entre o “animal feroz” de há uns anos e a desadjectivada “humildade” de agora! No fundo, o que parece é que se está perante uma questão de “papéis”, sendo cada um assumido conforme as circunstâncias. Pode ser arranque de campanha, pode! Pode ser vertigem por causa dos resultados (havidos ou a haver), pode! Mas o que é mesmo é o atirar à cara dos portugueses a possibilidade de jogar com os sentimentos em função das conveniências eleitorais. Não, isto não pode ser verdade; se calhar, nunca foi verdade! Qualquer dia, teremos a regulamentação da “humildade” com força de lei ou de decreto, sem que a Humanidade fique melhor. E seria bem pouco interessante ver todo um coro de “humildes” convertidos (alguns políticos, alguns governantes, alguns opinadores e outros alguns, por certo) em construção de três meses para ganhar as eleições que se seguem. Já não faltaria tudo para a tragédia!... Mas seria um péssimo serviço para a memória acreditar-se em tudo isto como se fosse a maior das verdades! Há palavras que são superiores à habilidade que com elas possa ser feita!
sexta-feira, 19 de junho de 2009
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