Com a edição do Público de ontem foi vendido, como opção, o livro Os Lusíadas – Episódios fabulosos, com selecção e adaptação do texto feita por Elsa Pestana de Magalhães e ilustrações de Jesús Gabán (Sintra: Girassol Edições).
Em nota introdutória, a autora da adaptação dirige-se ao “pequeno grande leitor” para curta biografia de Camões e para justificar a obra – “Ao adaptarmos esta obra para ti, quisemos que começasses a ter contacto com Os Lusíadas e a conhecer o seu conteúdo. Foi por isso que seleccionámos apenas alguns episódios e lhes demos uma forma reduzida e simplificada, procurando, porém, ser fiel ao sentimento de Camões.”
A intenção é a melhor e o livro afigura-se agradável. As ilustrações são elucidativas e equilibradas e acompanham a história. A selecção dos episódios é adequada, com excertos de todos os cantos e inserindo, por vezes, versos camonianos sem dificultar a compreensão e sem forçar o conjunto do texto. Frequentemente, o discurso não se distancia do registo de Camões, utilizando até as mesmas imagens ou palavras, mas com simplificação e explicação a propósito. O leitor ora se julga perante o texto original, ora se confronta com a adaptação, sem que haja cortes abruptos.
Há, no entanto, algumas dificuldades que seriam bem escusadas, tais como: nem sempre ser evidente quem é o narrador do que está a ser contado; o discurso directo assumir vários parágrafos sem que se perceba no imediato que se continua a "ouvir" a mesma personagem; frequência de mistura de formas verbais no tempo pretérito e no tempo presente no mesmo parágrafo, respeitando a mesma acção; manutenção no texto de alguns termos não usuais que poderiam ter sido substituídos, sem necessidade de recorrer aos significados em rodapé.
Esta é mais uma das obras que vem juntar-se à fortuna editorial em torno de Camões e da adaptação da sua vida e obra visando um público juvenil. Deixo aqui, sem exaustiva preocupação, alguns exemplos, nem todos recentes, mas em que vale a pena manter a aposta: Aventuras do Trinca-Fortes – Pequena história de Camões e do seu poema, de Adolfo Simões Müller (Porto: Livraria Tavares Martins, 1946), com ilustrações de Júlio Resende (em 1980, houve nova edição a cargo do Círculo de Leitores, com ilustrações de Antunes); Os Lusíadas contados aos jovens, de Adolfo Simões Müller (Mem Martins: Publicações Europa-América, 1980), com ilustrações de Fernando Bento; Os Lusíadas de Luís de Camões contados às crianças e lembrados ao povo, de João de Barros (Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1930), com ilustrações por Martins Barata (em 2008, houve nova edição, com ilustrações de André Letria); Camões, poeta mancebo e pobre, de Matilde Rosa Araújo (Lisboa: Prelo, 1980), com ilustrações de Maria Keil; Chamo-me… Luís de Camões, de Zacarias Nascimento (Lisboa: Didáctica Editora, 2007), com ilustrações de Ernesto Neves; Barbi-Ruivo – O meu primeiro Camões, de Manuel Alegre (Lisboa: Dom Quixote, 2007), com ilustrações de André Letria; "Os Lusíadas" para os mais pequenos, de Alexandre Honrado (Porto: Âmbar, 2008), com ilustrações de Maria João Lopes; Era uma Vez um Rei que Teve um Sonho: Os Lusíadas Contado às Crianças, de Leonoreta Leitão (Lisboa: Dinalivro, 2007). Quanto a adaptações em bd, lembro: Os Lusíadas em banda desenhada, por José Ruy (Lisboa: Editorial Notícias, 1983); Camões aos quadradinhos, por Rui Pimentel e Jorge Serrão (Lisboa: Aguiar & Dias, s/d) e Camões, por Carlos Alberto Santos (Porto: Edições ASA, 1990).
Em nota introdutória, a autora da adaptação dirige-se ao “pequeno grande leitor” para curta biografia de Camões e para justificar a obra – “Ao adaptarmos esta obra para ti, quisemos que começasses a ter contacto com Os Lusíadas e a conhecer o seu conteúdo. Foi por isso que seleccionámos apenas alguns episódios e lhes demos uma forma reduzida e simplificada, procurando, porém, ser fiel ao sentimento de Camões.”
A intenção é a melhor e o livro afigura-se agradável. As ilustrações são elucidativas e equilibradas e acompanham a história. A selecção dos episódios é adequada, com excertos de todos os cantos e inserindo, por vezes, versos camonianos sem dificultar a compreensão e sem forçar o conjunto do texto. Frequentemente, o discurso não se distancia do registo de Camões, utilizando até as mesmas imagens ou palavras, mas com simplificação e explicação a propósito. O leitor ora se julga perante o texto original, ora se confronta com a adaptação, sem que haja cortes abruptos.
Há, no entanto, algumas dificuldades que seriam bem escusadas, tais como: nem sempre ser evidente quem é o narrador do que está a ser contado; o discurso directo assumir vários parágrafos sem que se perceba no imediato que se continua a "ouvir" a mesma personagem; frequência de mistura de formas verbais no tempo pretérito e no tempo presente no mesmo parágrafo, respeitando a mesma acção; manutenção no texto de alguns termos não usuais que poderiam ter sido substituídos, sem necessidade de recorrer aos significados em rodapé.
Esta é mais uma das obras que vem juntar-se à fortuna editorial em torno de Camões e da adaptação da sua vida e obra visando um público juvenil. Deixo aqui, sem exaustiva preocupação, alguns exemplos, nem todos recentes, mas em que vale a pena manter a aposta: Aventuras do Trinca-Fortes – Pequena história de Camões e do seu poema, de Adolfo Simões Müller (Porto: Livraria Tavares Martins, 1946), com ilustrações de Júlio Resende (em 1980, houve nova edição a cargo do Círculo de Leitores, com ilustrações de Antunes); Os Lusíadas contados aos jovens, de Adolfo Simões Müller (Mem Martins: Publicações Europa-América, 1980), com ilustrações de Fernando Bento; Os Lusíadas de Luís de Camões contados às crianças e lembrados ao povo, de João de Barros (Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1930), com ilustrações por Martins Barata (em 2008, houve nova edição, com ilustrações de André Letria); Camões, poeta mancebo e pobre, de Matilde Rosa Araújo (Lisboa: Prelo, 1980), com ilustrações de Maria Keil; Chamo-me… Luís de Camões, de Zacarias Nascimento (Lisboa: Didáctica Editora, 2007), com ilustrações de Ernesto Neves; Barbi-Ruivo – O meu primeiro Camões, de Manuel Alegre (Lisboa: Dom Quixote, 2007), com ilustrações de André Letria; "Os Lusíadas" para os mais pequenos, de Alexandre Honrado (Porto: Âmbar, 2008), com ilustrações de Maria João Lopes; Era uma Vez um Rei que Teve um Sonho: Os Lusíadas Contado às Crianças, de Leonoreta Leitão (Lisboa: Dinalivro, 2007). Quanto a adaptações em bd, lembro: Os Lusíadas em banda desenhada, por José Ruy (Lisboa: Editorial Notícias, 1983); Camões aos quadradinhos, por Rui Pimentel e Jorge Serrão (Lisboa: Aguiar & Dias, s/d) e Camões, por Carlos Alberto Santos (Porto: Edições ASA, 1990).
[A ordem por que se reproduzem as capas dos livros segue a da entrada dos mesmos no texto.]
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