O
nº 25 da revista espanhola Hola - Viajes,
recentemente saído, é dedicado ao tema “40 Escapadas desconocidas a lugares
únicos por Europa en bici, en barco, a pie, en coche”. A estas propostas são
acrescentadas mais “10 Viajes increíbles por el resto del mundo”.
Fixemo-nos
nas 40 primeiras, em que Portugal obtém três propostas de itinerários e de
visitas: às adegas e vinhedos do Douro, aos arredores de Lisboa (“De Belém a
Mafra”) e a Setúbal (“Avistar delfines en el estuário del río Sado”).
A
cada proposta de visita são atribuídas quatro páginas, incluindo texto e
fotografias. No caso do roteiro para o estuário do Sado, assinado por Andrés
Campos (que subscreve as outras duas propostas lusitanas), a referência começa
com a Arrábida, mais especificamente com o palácio da Comenda (“En 1964, pocas
semanas después de que asesinaran al presidente Kennedy, su viuda Jacqueline
decidió retirarse al lugar más discreto e insospechado del mundo, donde nada ni
nadie le recordaran constantemente quién era y lo que acababa de suceder. Ese lugar
no estaba en la Polinesia, ni en el Índico, ni en la Patagonia, sino en
Setúbal, a solo 50 kilómetros al sur de Lisboa. Medio siglo después, el palacio
da Comenda, donde Jackie se refugió con sus dos hijos, es una ruina melancólica
que no encuentra comprador porque custa 45 millones de euros y también porque
la gente que podría pagarlos prefiere fondear su yate en parajes exclusivos más
que un cala que, a diario, es un paraíso solitario de agua esmeralda, donde
nadan confiadamente los delfines.”
Assim
iniciada a rota, a proposta faz o viajante seguir pelo Parque Natural da
Arrábida, com visita às suas praias, incluindo a Lapa de Santa Margarida e a
prática de vários desportos e actividades radicais. Lembra ainda a observação
de aves no estuário, os golfinhos e, na gastronomia, o choco frito, que, com
ironia, refere da seguinte forma: “en realidad, lo extraño no es que haya delfines, sino
que aún queden chocos, porque entre los que devoran estos cetáceos y los que
comen a todas horas los setubalenses, sobre todo, fritos, debían de haberse
extinguido en la bahia hace siglos.” E termina com esta tirada, talvez irónica,
talvez mágica: “Ciertamente, estas aguas son milagrosas.”
A
proposta segue ainda pelo moinho de maré da Mourisca, onde pode ser feita a
prova do queijo de Azeitão e respectivo moscatel e onde o visitante pode avistar aves. Entre os
monumentos, a revista chama a atenção para o Mercado do Livramento, o Convento
de Jesus, a Galeria Municipal (no edifício do Banco de Portugal), a fortaleza
de S. Filipe.
As propostas podem ser lugares comuns, mas figurar ao
lado de recomendações de visita às baleias na Islândia, aos ursos selvagens na
Finlândia, às abadias de Lovaina na Bélgica, à magia da Cornualha em
Inglaterra, entre muitas outras, vale bem a pena esta promoção de Setúbal.
Entre os 40 destinos europeus, apenas Portugal, França e Áustria surgem com
três propostas; com duas, há a Islândia, a Escócia, a Itália, a Alemanha, a
Finlândia, a Croácia, a Noruega, a República Checa e a Grécia; com um
itinerário surgem países como Inglaterra, Geórgia, Montenegro, Chipre, Roménia,
Holanda, Polónia, Suíça, Eslovénia, Malta, Bélgica, Irlanda e Eslováquia.
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