O caso do dia foi a investigação (?) feita e divulgada hoje pelo Diário de Notícias à maneira como chegou a jornalistas do Público a história das possíveis escutas ou vigilâncias na Presidência da República. A gente ouve e não acredita. Tudo isto parece a história da pescadinha de rabo na boca, a acabar por se comer a si própria...
As ligações intensas entre a política e o jornalismo já não são novidade, claro. Agora, foram comprovadas com os números: em Portugal, apenas um terço da informação publicada na imprensa resulta de investigação dos respectivos media; o restante deriva da máquina montada por assessores, informação institucional, gabinetes de imprensa, etc. Ou seja: a gente vai sendo informada à medida e sobre o que alguém quer que sejamos informados.
Com o caso de hoje, inebria-se a investigação. Ainda não sabemos se por boas ou por más razões. Mas não deixa de ser paradoxal que sejam os jornalistas a estar no centro do caso. Ou, se preferirmos, é o jornalismo que se tem feito que está, de certa forma, a ser questionado. O que vai restar?
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