Que imagens há de Nossa Senhora na região sadina? A
pergunta encontra resposta no livro Invocações
marianas na diocese de Setúbal, assinado por José Lobato (Setúbal:
Vigararia Geral – Comissão Diocesana de Arte Sacra, 2013), surgido no início de
Dezembro.
Ao longo de 70 páginas, o leitor confronta-se com a
pluralidade de designações que à Virgem Maria são atribuídas no território da
diocese e com a indicação dos locais em que surgem essas invocações. Um caminhar
por este livro surpreende pela diversidade existente no culto marianológico na
região: 21 invocações são acompanhadas de curto comentário de natureza
histórica ou religiosa e de texto literário em que surge referência a tal invocação
(são os casos de Nossa Senhora da Arrábida, dos Anjos, da Anunciação ou da
Anunciada, da Assunção, da Atalaia, da Boa Viagem, do Bom Sucesso, do Cabo, do
Carmo, da Conceição, da Consolação, das Dores, da Graça, da Piedade, do
Rosário, do Rosário de Fátima, do Rosário de Troia, da Saúde, da Soledade, do
Imaculado Coração de Maria e de Santa Maria). Nos textos literários
seleccionados constam excertos de Frei Agostinho da Cruz, Gil Vicente, Frei
Luís de Leão, João de Deus, António Correia de Oliveira, António Nobre, José
Régio, Diogo Bernardes, Antero de Quental, Zeferino Madaleno, D. Gilberto Reis
e padre António Vieira, além de outros colhidos na literatura religiosa.
No capítulo “Outras invocações”, há ainda espaço para
a referência a mais 44 designações de Nossa Senhora vividas na diocese, dando
estas lugar a muito curtas anotações.
O livro fecha com o texto da consagração da diocese de
Setúbal a Nossa Senhora, feita em Fátima, na peregrinação que assinalou o 30º
aniversário da criação da diocese, ocorrida em 16 de Julho de 2005, pelo
prelado sadino D. Gilberto Reis.
Nas
palavras de José Lobato, constantes na “Introdução”, o projecto deveu-se a
pedido expresso do bispo setubalense, pretendendo “oferecer um contributo ao
reconhecimento da presença e da missão de Nossa Senhora na vida da Igreja e de
cada crente”. Para o autor fica a sensação de um trabalho incompleto, uma vez
que a devoção mariana na diocese muito mais terá para contar para lá do registo
das invocações. Com efeito, uma tal diversidade exige um olhar mais reflexivo e
prolongado sobre o assunto; no entanto, o levantamento das invocações é já um
ponto de partida, que será o que este livrinho, nada pretensioso, pretende ser.
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