Político – “(…) A sociedade é muito melhor que a política – como se vê em Portugal. E o bom político não é aquele que é muito determinado, é o que faz composição com a sociedade. Como Obama, aliás. (…) Falo de uma cultura de diálogo que fomente a negociação política, não o afrontamento. (…) Temos de estimular a negociação, a convivialidade democrática. (…)”
Qualificação – “(…) [A qualificação] é o défice fundamental do país, exige um esforço colossal e contínuo, que não tem acontecido. Qualificação numa perspectiva estruturada: qualificação do território, das instituições e das pessoas. (…) A qualificação de que precisamos é hiperexigente. Neste domínio da qualificação, os números são totalmente insignificantes. O que conta é o conteúdo. (…)”
Tecnologia – “(…) Vivemos um grande deslumbramento tecnológico que temos de comparar com o deslumbramento financeiro – que teve, e tem, custos tremendos para a humanidade. A responsabilidade de um político é resistir ao deslumbramento tecnológico. Até porque atrás dele vêm milhões de interesses privados. A introdução de computadores pessoais aos seis anos carece de uma justificação pedagógica. (…) Os melhores peritos da UNESCO recomendam que as novas tecnologias sejam complementares do ensino, não que o substituam, e que, por isso, sejam introduzidas, caso a caso, apenas e só pela mão dos professores. (…)”
Manuel Maria Carrilho, em entrevista a Cristina Figueiredo. Expresso: 18.Setembro.2010.
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