O suplemento "JL - Educação", que integrou a edição do JL de ontem, contém uma entrevista feita por Maria João Martins a Manuel Esperança, director da Escola Secundária José Gomes Ferreira e presidente recém-eleito do Conselho Nacional de Escolas. Quando a jornalista lhe perguntou quais as preocupações mais imediatas sentidas na escola, Manuel Esperança traçou um retrato a que não se pode ficar indiferente... porque é verdadeiro. A entrevista vale ser lida na totalidade, mas transcrevo essa resposta que contém o lote das preocupações:
"Incomoda-me pensar que esta sociedade ainda não parou de descer e que devíamos todos pensar em assegurar qualidade e rigor. Não tenhamos dúvidas de que esta geração de jovens nos vai acusar de termos sido demasiado permissivos. Digo sempre aos professores aqui da escola que não podemos entrar na onda de facilitar por facilitar. Não trabalho para a estatística. Não se pode ceder a essa tentação nem pensar que, neste caso, o tempo é bom conselheiro. Os problemas da escola têm de ser resolvidos na hora. Por outro lado, estou preocupado com o ambiente que as escolas vão ter este ano com a segunda fase da avaliação de professores. Creio que vai ser outra vez um ano complicado, não gostava de reviver o ambiente que se viveu aqui na escola há dois anos. Na verdade, há muita gente que se importa realmente de ser avaliada e que fica muito tensa com esta situação. O que fatalmente se reflecte nas condições de trabalho. Por outro lado, a questão dos agrupamentos de escolas e do reordenamento da rede também não é simples. Eu não estou contra a figura dos agrupamentos de escolas, mas em alguns é uma completa loucura. Qualquer decisão na matéria deveria implicar uma participação das famílias, das autarquias e, de uma forma transparente, sem interesses partidários ao barulho."
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