“No princípio era o verbo…” A frase é bíblica, mas relaciona-se com o livrinho Les slogans de 68, de Jean-Philippe Legois (Paris: First Éditions, 2008, verdadeira edição de bolso no formato 12 cm x 8,5 cm) e com a leitura que é feita dos slogans que animaram o Maio de 68, há 40 anos, em que a palavra gritada nas paredes teve, muitas vezes, a força da imaginação e da opinião e a visibilidade generalizada, além de, frequentemente, ser o uso da máxima, fosse ela de uma corrente de pensamento ou de um poema. Alguns slogans dessa altura tornaram-se célebres e correram mundo, mas nem todos tiveram essa sorte e, recorrendo aos arquivos, o investigador Legois relembra muitos deles e categoriza-os, se se pode chamar categorização ao estabelecimento de uma ordem temática, na tentativa de visitar o que foi o “esprit de Mai” e de fazer uma viagem “au cœur des mots de 68”.
E por onde passa essa viagem, que o mesmo é perguntar quais são os temas que Legois encontra, eles também definidores de um “espírito” e de um tempo? Pela ordem que são apresentados, tendo-se seleccionado um exemplo para cada um deles: ter opinião (“Interdit d’interdire!”); acção (“La barricade ferme la rue, mais ouvre la voie”); revolução (“Cours, camarade, le vieux monde est derrière toi”); utopia (“Oublier tout de que vous avez appris, commencer par rêver”); liberdade (“Tout pouvoir abuse, le pouvoir absolu abuse absolument”); educação (“Grâce à l’examen et aux professeurs, l’arrivisme commence à six ans”) ; trabalho (“En faisant la grève illimitée, les travailleurs ont fait la part des choses. Le bien-être: Oui. L’esclavage: Non.”); sexualidade (“Désirer la réalité c’est bien! Réaliser ses désirs, c’est mieux.”); herança cultural e ideológica (“Notre espoir ne peut venir que des sans-espoir”, frase de Walter Benjamin); auto-crítica (“Prenons la Révolution au sérieux, mais ne nous prenons pas au sérieux”).
No final, há ainda pistas para uma bibliografia sobre as “expressões efémeras” desse Maio – nomeadamente, a obra Paroles de Mai, de Michel Piquemal (Paris: Albin Michel, 1998) – e sobre interpretações do tempo em que este movimento ocorreu. Nas palavras finais de Legois, este livrinho não pretendeu ser mais do que uma “dégustation”…
E por onde passa essa viagem, que o mesmo é perguntar quais são os temas que Legois encontra, eles também definidores de um “espírito” e de um tempo? Pela ordem que são apresentados, tendo-se seleccionado um exemplo para cada um deles: ter opinião (“Interdit d’interdire!”); acção (“La barricade ferme la rue, mais ouvre la voie”); revolução (“Cours, camarade, le vieux monde est derrière toi”); utopia (“Oublier tout de que vous avez appris, commencer par rêver”); liberdade (“Tout pouvoir abuse, le pouvoir absolu abuse absolument”); educação (“Grâce à l’examen et aux professeurs, l’arrivisme commence à six ans”) ; trabalho (“En faisant la grève illimitée, les travailleurs ont fait la part des choses. Le bien-être: Oui. L’esclavage: Non.”); sexualidade (“Désirer la réalité c’est bien! Réaliser ses désirs, c’est mieux.”); herança cultural e ideológica (“Notre espoir ne peut venir que des sans-espoir”, frase de Walter Benjamin); auto-crítica (“Prenons la Révolution au sérieux, mais ne nous prenons pas au sérieux”).
No final, há ainda pistas para uma bibliografia sobre as “expressões efémeras” desse Maio – nomeadamente, a obra Paroles de Mai, de Michel Piquemal (Paris: Albin Michel, 1998) – e sobre interpretações do tempo em que este movimento ocorreu. Nas palavras finais de Legois, este livrinho não pretendeu ser mais do que uma “dégustation”…
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