Helder Moura Pereira socorre-se da infância e da adolescência em cerca de uma dúzia e meia de poemas que compõem Eu depois inventei o resto (Lajes do Pico: Companhia das Ilhas, 2013). Poemas de lembrança, com Setúbal à mistura. Eis o último poema, lindo e sensível, sobre a escrita e a justificar o título:
No meu tempo, ah, dizer no meu
tempo é engraçado, havia pais
que levavam os filhos às putas.
Sei que houve gente que adorou
e outra que ficou traumatizada
para o resto da vida. O meu pai não
me levou a coisa nenhuma dessas,
mas deu-me o primeiro vinho a provar
e ensinou-me a escrever. Eu
depois inventei o resto.
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