terça-feira, 27 de setembro de 2016

Bocage visto pelos seus contemporâneos (I), de António Chitas


"Bocage visto pelos seus contemporâneos" é um estudo levado a cabo por António Chitas, com publicação no trissemanário O Setubalense. O texto, dividido em três partes, teve a primeira parte publicada na página 12 da edição de ontem (26 de Setembro). A ler!


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Para a agenda - Dia da Música com UHF



O Dia Mundial da Música encontra-se em Setúbal com UHF Sinfónico. em 1 de Outubro, pelas 21h30. Para a agenda!

Para a agenda: Carlos Sargedas e Cabo Espichel



Carlos Sargedas vem falar / mostrar o Cabo Espichel  por que há muito pugna. Livro,  filme, intervenção cívica, iniciativas culturais... vários têm sido os suportes e recursos que este sesimbrense tem usado para chamar a atenção sobre a identidade local, com o Cabo Espichel e a Arrábida à mistura... Em 30 de Setembro, pelas 21h30, na sede do Parque Natural da Arrábida (Praça da República, Setúbal). Para a agenda!

Para a agenda - Jornadas Arqueológicas da Região de Setúbal



O Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) leva a cabo as Jornadas Arqueológicas da Região de Setúbal, integradas na recepção à comunidade educativa, com um programa composto por palestras e visitas. As Jornadas, que carecem de inscrição, terão lugar em 7, 8, 14 e 15 de Outubro. Mais informações podem ser vistas aqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Para a agenda - António Galrinho, Bocage e as Musas



"O Regresso das Musas" é o título da exposição de António Galrinho, a inaugurar em, 24 de Setembro, pelas 17h00, na Casa da Cultura, numa alusão à tela "Bocage e as Musas" do pintor setubalense Fernando Santos. A ver. Pelo artista, por Bocage e... pelas musas! Para a agenda!

Bocage celebrado durante um ano no seu 250º aniversário



O ano em que se celebraram os 250 anos do nascimento de Bocage merecerá, com certeza, um balanço por parte das entidades envolvidas nas realizações. Mas, independentemente das conclusões a que cheguem, devemos reconhecer o quão importante foi assinalar a efeméride e o facto de o conjunto de realizações ter sido muito rico e de qualidade.
Aos setubalenses e aos visitantes de Setúbal, aos académicos e aos estudantes, no país e no estrangeiro, mostrou-se Bocage, falou-se de Bocage. De forma séria, de forma divertida, de forma humorística. Através das conferências, por meio da música, usando a expressão dramática, pelo olhar das telas e dos desenhos. Não terá sido um ano de celebrações perfeitas, mas foi um ano de boas realizações, que devemos reconhecer e aprofundar.
Em jeito de memória rápida, assinalo algumas iniciativas, de envolvimento muito diverso: as exposições sobre Bocage no coleccionismo, sobre Júlio Pomar e a sua leitura de Bocage, sobre Bocage visto por artistas contemporâneos, sobre Bocage visto por alunos e interpretado por Nuno Saraiva (na Festa da Ilustração 2016), sobre Bocage na revista “Ilustração Portuguesa”, sobre documentos bocagianos no Arquivo Distrital de Setúbal; ainda no campo da estética do desenho e do traço, a inserção de Bocage no painel azulejar sobre quatro poetas de Setúbal, da autoria de Andreas Stocklein, no Túnel do Quebedo; as conferências espalhadas ao longo do ano, em Setúbal, em Portugal e no estrangeiro, culminando com um congresso realizado em Setúbal (“Bocage e as Luzes do Século XVIII”); a dramatização de Bocage nas sessões “40 anos, 40 minutos”, animadas por José Nobre ou no musical levado a cabo pelo TAS da autoria de Miguel Assis; as incursões pela música no Encontro Musical com Bocage (obras de compositores setubalenses), na iniciativa “Bocage Sounds” ou na interpretação pela Orquestra Metropolitana de Lisboa do conjunto das nove sinfonias de Beethoven, contemporâneo de Bocage, excelente culminar do ano celebrativo; as entradas pelo cinema, na exposição sobre o filme “Bocage”, no visionamento da série televisiva sobre o poeta ou nas curtas “Bocage no bolso”; a produção editorial levada a cabo pelo Centro de Estudos Bocageanos (com várias publicações de temática bocagiana devidas a Daniel Pires e a Ana Chora), pela Imprensa Nacional (com um álbum sobre imagens e palavras ligadas a Bocage, de Daniel Pires), pela Associação Cultural Sebastião da Gama (com a reedição do ensaio sobre Bocage devido ao poeta de Azeitão), a colecção de marcadores de livros levada a cabo pela autarquia; e mais um conjunto de realizações várias, como a emissão da lotaria clássica (Outubro de 2015), o roteiro pedonal com 30 poemas de Bocage (incentivado pelo Grupo de Teatro Fontenova), a edição de rótulos bocagianos para uma produção de moscatel pela Associação Casa da Poesia e Casa Ermelinda Freitas, a disponibilização “on line” de um índice dos títulos bocagianos da Biblioteca Municipal de Setúbal, a introdução da temática bocagiana nas Marchas de Setúbal...
O interesse e o envolvimento com Bocage foram grandes e valerá a pena acreditar que, mais do que ficar um ano com muitas actividades, este foi um tempo que despertou os leitores, os estudiosos, os curiosos e toda a gente para a importância de Bocage na cultura portuguesa.

Setúbal conduziu este plano de divulgação e atenção bocagianas com esforço e empenho, numa realização em que não podemos esquecer a intervenção da Câmara Municipal, da LASA (Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão) e do CEB (Centro de Estudos Bocageanos), e em que também será justo mencionar, como o fez a Presidente da Câmara em intervenção que antecedeu a execução das sinfonias de Beethoven, os nomes de dois importantes obreiros destes eventos, como foram Daniel Pires e António Cunha Bento.
Foto:Bocage (Guia de Eventos. Câmara Municipal de Setúbal: nº 104, Set.2015)
(actualizado  às 18h15)

Para a agenda - Feira Medieval em Palmela



Entre 23 e 25 de Setembro, Palmela vai receber a Feira Medieval, tendo como tema "A sede da Ordem de Santiago vem para Palmela". Para a agenda!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Para a agenda - Jornadas Europeias do Património em Setúbal



As Jornadas Europeias do Património em Setúbal, entre 23 e 25 de Setembro, têm programa com palestras e visitas a cargo do Museu de Setúbal e do Museu do Trabalho. Para a agenda.

Para a agenda - Pessoa em pessoal leitura



Fernando Pessoa chega na noite de uma sexta-feira de arte e ciência, convidado por Synapsis: em 23 de Setembro, pelas 21h30, no Museu de Arqueologia e Etnografia, em Setúbal, na companhia de Dina Barco e Deolinda Ferreira. Para a agenda!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Culsete: Livraria independente com final anunciado no dia de Bocage



Será o dia em que se celebra um poeta como Bocage o mais indicado para se saber que uma livraria vai acabar, ainda por cima uma livraria independente? Ou será ironia do destino?
Foi ontem que recebi mensagem da Fátima Medeiros a anunciar o encerramento da livraria Culsete (de Setúbal) para breve, para Outubro, mês outonal já a deixar pressentir a morte de uma actividade cultural considerável.
A história da Culsete confunde-se com a história cultural de Setúbal no período dos últimos 46 anos (quase meio século!), primeiro como Culdex, depois como Culsete, projecto devido ao casal Manuel Medeiros e Fátima Ribeiro de Medeiros, ambos entrelaçados nos livros, vivendo páginas e páginas, potenciando a riqueza cultural da região.
A história da Culsete foi contada por um dos seus criadores, o Manuel Medeiros, numa parte do livro Papel a mais, assinado pelo pseudónimo Resendes Ventura (Lisboa: Esfera do Caos Editores, 2009), uma obra que reúne memórias e depoimentos vários, poemas, pensares e reflexões, bocados de tempo em que a descoberta, a dinamização e o conceito da leitura, o papel do livro e o mundo editorial constituem constantes.
A Culsete vai encerrar. Um destino igual ao de muitas outras lojas, seja pela crise, seja pelas (des)regras de mercado, seja pelo desgaste das pessoas, seja lá por aquilo que for. Olha-se para trás e vê-se um espaço onde se foi muitas vezes feliz - na procura e descoberta de livros, no contacto com pessoas e saberes muitos, nas viagens pelas veredas da cultura, no saborear os momentos em que muitos livros nos encontraram, nas amizades fortalecidas, nos convívios, nas apresentações de livros sempre com espaço intenso de reflexões várias... Olha-se para trás e vê-se que a Culsete ofereceu muito, mesmo muito, às pessoas e que desse muito cada um aproveitou o que pôde.
A mim, fez-me bem visitar a Culsete muitas vezes e fica a mágoa de não terem sido mais essas vezes, a consciência de não ter podido estar em muitas realizações. Mas também ficam as memórias dos prazeres sentidos, das descobertas, das aprendizagens, dos momentos em que lá levei outros, das possibilidades que me foram criadas.
Sei por antecipação que vou ter pena de não poder encontrar a porta aberta da Culsete dentro de pouco tempo... como sabia que este desfecho estava a pairar. Sinto-me grato a esta livraria e às pessoas que a fizeram como sinto que as palavras são escassas para exprimir o que se sente...

O último gesto de afecto com os leitores vai acontecer a partir do dia 23 com a liquidação total do seu fundo livreiro, oportunidade para últimas despedidas... A propósito, recordo uma frase de Gómez de la Serna na sua obra Greguerías: “O livro é o salva-vidas da solidão”. Logo percebemos que a cultura em Setúbal vai ficar mais só. E nós também...

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Bocage, o poeta que dá feriado a Setúbal, faz 251 anos



Bocage (15.Setembro.1765 - 21.Dezembro.1805)
Fonte: cartaz do Congresso "Bocage e as Luzes do Século XVIII" (Setúbal, 12 a 14 de Setembro de 2016)

Para a agenda - As almenaras que atravessam o Tejo, entre Palmela e Lisboa



Por 1384, os castelhanos eram derrotados no Alentejo, na batalha de Atoleiros, graças à introdução de novas técnicas militares. Nuno Álvares Pereira era o chefe incontestado do exército português nas terras do Sul. No entanto, ainda mal saboreada a vitória, eis que Lisboa era cercada por D. João de Castela, numa acção que trouxe muitas tribulações e padecimentos à cidade. As hipóteses de ser posto fim ao cerco eram escassas, mas a população de Lisboa pôde receber um sinal de apoio a partir de Palmela, graças à vinda de Nuno Álvares do Alentejo.
Relata Fernão Lopes, no capítulo 147 da Crónica de D. João I: "Nun'Álvares foi comer a Coina e ali repartiu o esbulho per todos, sem havendo pera si parte alguma. E daí cavalgou e foi a Palmela; e, quando foi de noite, mandou fazer tais almenaras de fogo, de guisa que o viam os de Lisboa, por saberem os da cidade que estava ele ali e tomarem algum esforço. E certamente assim foi de feito, que o Mestre, quando viu aquelas almenaras de fogo em Palmela, bem entendeu que era Nun'Álvares que ali estava com suas gentes, e houve mui grande prazer, ele e todos aqueles que o viam; e mandou acender grandes tochas no grande eirado dos paços de el-rei, hu estonce pousava, por as verem de Palmela e lhe dar a entender que via suas almenaras e que lhe respondia com aqueles lumes, pois outra fala entre eles haver não podia. E assim esteve o Mestre per um bom espaço falando com os seus nos feitos de Nun'Álvares com aquele doce razoar e louvores quais tão leal servidor merecia de se dele dizerem."
Palmela contribuía desta maneira para a história das comunicações e para a história da vitória de Lisboa. Quando, em 1893, Oliveira Martins escrevia a biografia A Vida de Nun'Álvares, ali registava o sentimento dos lisboetas ao serem surpreendidos pelas fogueiras do outro lado do Tejo: "nas luzes de Palmela, em que se iam todos os olhos, viam tremer uma esperança", sendo Nuno Álvares Pereira apresentado pelo mesmo biógrafo como "a luminosa esperança de asas abertas no seu ninho de Palmela".
O projecto "Almenara", entre Lisboa e Palmela, a evocar este acontecimento e a celebrar o estabelecimento de pontes, vai ter lugar em 17 de Setembro, pelas 21 horas, contando com a participação dos grupos "Teatro o Bando" e "Companhia da Esquina".

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Manuel Nunes: Ser professor, reflectir a vida


Diana é professora, autora e narradora de umas páginas de diário durante uma manhã, no tempo que medeia entre a presença num funeral (da mãe de uma aluna, que ligava mais às drogas e ao álcool do que à filha) e o início das aulas que nesse dia tem de leccionar.
Diana é professora e aproveita esse tempo que antecede as aulas para se pôr em dia, reflectindo a profissão a partir de uma notícia televisiva que transmite uma manifestação de professores, alunos e pais ligados ao ensino particular.
Diana é professora e passeia-se pela forma de encarar a escola e a sua acção, pela recordação de coisas lidas e ouvidas, pela mensagem veiculada pelo seu mestre, companheiro ausente mas com um legado de ensinamentos e reflexões que o torna presente, pela tentativa de posicionamento entre a sua prática, os alunos e as políticas, num trânsito entre as figuras que povoam o título da obra.
Manuel Nunes faz-nos chegar esta narrativa-ensaio intitulada A professora, os porcos e os cisnes (Lisboa: Gradiva, 2012) e não se pode ficar indiferente a um mundo de problemas que é o universo do professor, na gestão pedagógica dos conflitos e das tensões consigo e com os outros - os alunos, os outros professores, as decisões do(s) poder(es).
A narrativa cruza a experiência de Diana com as reflexões do mestre, obtidas a partir do seu diário ou do registo gravado das acções de formação a que assistiu. O olhar sobre o estado da escola não resulta num retrato feliz, o que justifica o próprio subtítulo da obra - “O pântano da educação em Portugal” -, associado, naturalmente, ao tempo em que foi escrito e ao contexto por então vivido na área do ensino.
A profissão do professor é esse movimento pendular entre os porcos e os cisnes, uns e outros figuras simbólicas ricas, definidoras das aspirações humanas já desde a Antiguidade: os porcos, seres em que foram transformados os companheiros de Ulisses por só reagirem instintivamente ao mundo, no sentido da satisfação não pensada dos desejos; os cisnes, recolhidos de Platão e da forma nobre como Sócrates encarou o seu fim, epílogo injusto mas sem abdicação.
Muitas páginas desta obra mexem connosco, seja pelo tom utilizado (parecendo frequentemente que se trata de situações em que participamos), seja pela pertinência dos casos evocados. Haja em vista, por exemplo, o texto de considerações sobre a fórm(ul)a encontrada por alguns docentes para justificarem a avaliação que atribuem aos alunos, apoiada no “excel”, num engodo para tornar objectivo o que parte da subjectividade, numa ilusão de que o processo de avaliação que seguem é matemático, rigoroso, imbatível... A citação é longa, mas vale a pena...
       “Hoje aqueles tipos conseguiram irritar-me! Como é que é possível tal cegueira colectiva de um colectivo de pessoas? Olham para um pormenorzinho, fixam-se nele e estão plenamente convencidos de que é ali que reside a verdade! Nem sequer conseguem compreender que, ao fixarem-se no pormenor, perdem de vista o horizonte dentro do qual (e só dentro do qual) se torna possível a visão do pormenor!... No fundo, não são diferentes do meu cão quando, apontando eu o dedo na direcção de algo que tento mostrar-lhe, se põe, apalermado, a olhar para o meu dedo em vez de olhar para a realidade indicada pelo dedo!...
       Aqueles tipos estavam todos cegos: se as contas do Excel davam 17,44, então a nota final do aluno tinha de ser 17 e só 17 e nada mais do que 17, nunca 18, muito menos 19, não podia ser nem mais nem menos do que 17!... Ainda se, ao menos, as contas do Excel dessem 17,45, então ainda se poderia esticar um bocadinho, mas contas são contas, é pena mas é assim, aliás, se fosse num exame, também seria assim!...
       Como se a capacidade e o poder de avaliar pertencesse ao Excel e não ao professor (ou melhor, aos professores do Conselho de Turma)! Todos submetidos, em regime de vassalagem feudal, à tirania do Senhor Absoluto, Omnipotente e Omnisciente Excel! Todos ali, contagiados por uma cegueira colectiva, esquecidos dos pressupostos e das exigências do sistema de avaliação sistemática e contínua! Todos ali, cegos dentro da caverna escura da ignorância (ah, caro Platão, com tu tinhas razão!), a confundir a verdade da avaliação com a exactidão matemática do Omnisciente Excel, esquecidos de que não há nenhuma fórmula do Excel capaz de nos dar a verdade do invisível, do inescutável, do indizível e do inefável do aluno! Impressionante! Arrepiante! Assustador!...
       Esta é uma das grandes tragédias da escola portuguesa: há muitas pessoas (muitas mais do que eu quero admitir) a quem falta a visão do todo e que, por isso, cometem erros pedagógicos de uma gravidade criminosa!...”
Depois deste relato, será caso para perguntar se há alguém ligado à educação que ainda não tenha presenciado situações como a apresentada... e, já agora, se não se revoltou com o que (ou)viu em termos de argumentação (se se lhe pode chamar argumentação...)?
Mas o que mais impressiona neste texto de Manuel Nunes é a própria ideia apontada do que é ser professor, do que a narradora entende que seja o professor, o seu ideal no fim de contas - meta nunca conseguida mas sempre perseguida, porque sempre sentida e adivinhada, porque tentada no quotidiano, porque estabelecedora de marca, porque exemplo ou objectivo que pretende ser. Sublinho três exemplos, que são outras tantas citações adequadas, que poderiam ser outros tantos princípios a serem tidos em conta na escola do dia a dia. O primeiro, sobre o professor: “Quem é professor ou professora tem o dever de nunca ser vulgar. Tem o dever de nunca agir nem reagir de forma vulgar. Em nenhuma circunstância!”. O segundo, sobre o acto de educar: “O educador tem o dever de, perante o educando, ser arauto de Apolo. O horizonte último do humano é a luz e é para esse horizonte que o educador tem o dever de orientar toda a acção educativa.” O terceiro, sobre a Escola: “A escola existe para educar para o sublime. A sua missão consiste em conduzir para o mais alto do mais alto. Ela tem a obrigação moral de ter como meta e como horizonte a perfeição.”

Desconte-se neste livro o que pode ser uma marca do tempo (publicado em 2012, o que, não sendo pormenor de somenos, não impede uma leitura do essencial, que vai muito além das marcas de datação) e veja-se o que poderia ser um manifesto ou um código a ser subscrito por cada professor naquilo que de reflexões o povoam, aí incluindo as dúvidas e as práticas, a imagem social que do professor foi criada (pela política ou pelos próprios professores), o real quotidiano da vida na escola: uma profissão contra a “mesmice”, questionadora da falta de sentido do mecânico em que muitas aulas se tornam, promotora de humanidade, de saber e de auto-exigência e impulsionadora da paixão. É pedir muito?