O
ano em que se celebraram os 250 anos do nascimento de Bocage merecerá, com
certeza, um balanço por parte das entidades envolvidas nas realizações. Mas,
independentemente das conclusões a que cheguem, devemos reconhecer o quão
importante foi assinalar a efeméride e o facto de o conjunto de realizações ter
sido muito rico e de qualidade.
Aos
setubalenses e aos visitantes de Setúbal, aos académicos e aos estudantes, no
país e no estrangeiro, mostrou-se Bocage, falou-se de Bocage. De forma séria,
de forma divertida, de forma humorística. Através das conferências, por meio da
música, usando a expressão dramática, pelo olhar das telas e dos desenhos. Não
terá sido um ano de celebrações perfeitas, mas foi um ano de boas realizações,
que devemos reconhecer e aprofundar.
Em
jeito de memória rápida, assinalo algumas iniciativas, de envolvimento muito
diverso: as exposições sobre Bocage no coleccionismo, sobre Júlio Pomar e a sua
leitura de Bocage, sobre Bocage visto por artistas contemporâneos, sobre Bocage
visto por alunos e interpretado por Nuno Saraiva (na Festa da Ilustração 2016),
sobre Bocage na revista “Ilustração Portuguesa”, sobre documentos bocagianos no
Arquivo Distrital de Setúbal; ainda no campo da estética do desenho e do traço,
a inserção de Bocage no painel azulejar sobre quatro poetas de Setúbal, da
autoria de Andreas Stocklein, no Túnel do Quebedo; as conferências espalhadas
ao longo do ano, em Setúbal, em Portugal e no estrangeiro, culminando com um
congresso realizado em Setúbal (“Bocage e as Luzes do Século XVIII”); a
dramatização de Bocage nas sessões “40 anos, 40 minutos”, animadas por José
Nobre ou no musical levado a cabo pelo TAS da autoria de Miguel Assis; as
incursões pela música no Encontro Musical com Bocage (obras de compositores
setubalenses), na iniciativa “Bocage Sounds” ou na interpretação pela Orquestra
Metropolitana de Lisboa do conjunto das nove sinfonias de Beethoven,
contemporâneo de Bocage, excelente culminar do ano celebrativo; as entradas
pelo cinema, na exposição sobre o filme “Bocage”, no visionamento da série
televisiva sobre o poeta ou nas curtas “Bocage no bolso”; a produção editorial
levada a cabo pelo Centro de Estudos Bocageanos (com várias publicações de
temática bocagiana devidas a Daniel Pires e a Ana Chora), pela Imprensa
Nacional (com um álbum sobre imagens e palavras ligadas a Bocage, de Daniel
Pires), pela Associação Cultural Sebastião da Gama (com a reedição do ensaio
sobre Bocage devido ao poeta de Azeitão), a colecção de marcadores de livros
levada a cabo pela autarquia; e mais um conjunto de realizações várias, como a
emissão da lotaria clássica (Outubro de 2015), o roteiro pedonal com 30 poemas
de Bocage (incentivado pelo Grupo de Teatro Fontenova), a edição de rótulos
bocagianos para uma produção de moscatel pela Associação Casa da Poesia e Casa
Ermelinda Freitas, a disponibilização “on line” de um índice dos títulos
bocagianos da Biblioteca Municipal de Setúbal, a introdução da temática
bocagiana nas Marchas de Setúbal...
O
interesse e o envolvimento com Bocage foram grandes e valerá a pena acreditar
que, mais do que ficar um ano com muitas actividades, este foi um tempo que
despertou os leitores, os estudiosos, os curiosos e toda a gente para a
importância de Bocage na cultura portuguesa.
Setúbal
conduziu este plano de divulgação e atenção bocagianas com esforço e empenho,
numa realização em que não podemos esquecer a intervenção da Câmara Municipal,
da LASA (Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão) e do CEB (Centro de Estudos
Bocageanos), e em que também será justo mencionar, como o fez a Presidente da
Câmara em intervenção que antecedeu a execução das sinfonias de Beethoven, os
nomes de dois importantes obreiros destes eventos, como foram Daniel Pires e
António Cunha Bento.
Foto:Bocage (Guia de Eventos. Câmara Municipal de Setúbal: nº 104, Set.2015)
(actualizado às 18h15)
(actualizado às 18h15)
Sem comentários:
Enviar um comentário