Na edição do Público de hoje, Miguel Esteves Cardoso é autor de um texto lindo sobre o casamento. Reproduzo-o, porque o subscreveria. Obviamente, com outra destinatária. Bonito! A ler e a sentir!
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Para a agenda - José Mouga, em Setúbal
"Notas de viagem", de José Mouga. A partir de 3 de Outubro, na Casa da Cultura, em Setúbal. Com o nome de José Teófilo Duarte na organização. Para a agenda. Para ver em Outubro e Novembro.
Para um ateliê, em Maio de 2013, versando o tema "A Viagem nos Dias", depôs José Mouga: «A viagem dos dias, comece ela cedo ou tarde, é inexorável e sempre outra. Vai-se nela por vezes desatento e recostado no estofo confortável das certezas, outras inquieto e inseguro, sempre com os olhos na janela cristalina ou imprecisa. Balbuciam-se riscos e mais riscos para tecer a memória breve do esboço. Cada risco um leve assobio ao sabor dos passos.»
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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Para a agenda - Dia Mundial da Música, em Setúbal
A Orquestra Metropolitana de Lisboa, no Dia Mundial da Música, em Setúbal, no Forum Municipal Luísa Todi. Para apresentar Strauss e Tchaikovsky. Para a agenda.
domingo, 28 de setembro de 2014
A confissão de Tolstoi
Quando
Tolstoi quis mostrar ao mundo a reflexão sobre a sua busca da espiritualidade,
sob o título (e sob a forma) de Confissão,
a censura da Igreja Ortodoxa Russa agiu e interditou a publicação. Só dois anos
depois, em 1884, o texto foi divulgado a partir de Genebra, em francês, e, na
Rússia, este título só seria publicado quando o século XX já tinha entrado, em
1906.
Tolstoi
tinha, à data da primeira publicação, 56 anos e um percurso consagrado na
literatura, com obras como Guerra e Paz
(1869) e Anna Karenina (1876), uma e
outra referências da literatura universal. Tinha também um trajecto original de
procura de si mesmo, numa reflexão que passou pelo seu diálogo com várias
religiões, com pensadores, consigo mesmo. Foi este último aspecto que Tolstoi
deliberou partilhar sob o título de Confissão
(Lisboa: Alêtheia Editores, 2014), que remete absolutamente para o pendor
autobiográfico e faz o trajecto da sua relação com a igreja e a crença cristã
ortodoxas a partir da infância.
O
ponto de partida para a reflexão está ancorado na adolescência – “Tal como
outras pessoas, a doutrina da fé ensinada na infância desapareceu, mas com a
diferença de que, desde os meus quinze anos, comecei a ler obras filosóficas,
pelo que tive desde muito cedo noção de que rejeitara a fé. Desde os meus
dezasseis anos deixei de rezar e, por minha própria vontade, deixei de ir à igreja e de comungar. Não
acreditava no que aprendera na infância, mas acreditava em algo. Porém, não
sabia dizer no que tinha fé. Acreditava em Deus, melhor, não negava Deus – mas
não sabia em que tipo de Deus acreditava. Também não negava Cristo e os seus
ensinamentos, mas não sabia ao certo em que consistiam.”
Parece
este ser o ponto de ruptura comum a muitos trajectos. Porém, no que Tolstoi se
distancia do comum, além do gesto de “confessar”, é na convicção de que a sua “única
fé verdadeira era a crença no aperfeiçoamento pessoal”.
No
entanto, o mundo nem sempre se compraz com a individualidade. A vida de luxo, o
progresso, a sociedade, as atrocidades… tudo serviu a Tolstoi para reflectir
sobre a(s) verdade(s) que deve(m) orientar uma vida – a dádiva e a permanente
busca de respostas, ainda que num percurso nem sempre sereno e afectado mesmo
pela ideia de suicídio.
Apesar
de perceber que, “para entender o que é, o homem deve primeiro entender o
mistério inteiro da humanidade, a humanidade feita de pessoas como ele, que não
se entendem”, o autor de Confissão
mostra também a fragilidade e a solidão que interferiam com essa demanda: “Na
minha busca de respostas à questão da vida, senti-me como um homem perdido num
bosque.”
Percurso
inconstante, de pressão, agitado entre uma curiosidade ilimitada e a luta entre
o conhecimento e a ignorância, Tolstoi quer entender o que é a fé, quer ter fé,
e chega a uma conclusão como: “a fé é conhecimento do sentido da vida humana, a
consequência pela qual o homem não se mata mas vive. A fé é força da vida. Se
um homem vive, então tem de acreditar em alguma coisa.”
Procurando
uma justificação para a vida, Tolstoi revela o estudo que fez de outras formas
de ver o homem, o universo e a fé, como o budismo, o maometanismo e o
cristianismo, “tanto através dos escritos como através das pessoas” que viviam
em seu redor, marcos que o levaram a ver a frequência com que ocorria muito
mais uma “consolação na vida” do que a “realidade” da fé e o levaram a
“aproximar-[se] dos crentes pobres, simples, sem estudo”. Este último contacto
despertou o autor de Guerra e Paz
para o sentido da bondade, da “produção de vida”, emergente de pessoas que,
trabalhando duro, “eram menos insatisfeitas com a vida do que os ricos”.
O
retoque final no processo tolstoiano surgiu com o reconhecimento de que cada
igreja, incluindo a sua (a Ortodoxa), “via como hereges todos os que não
professavam uma fé idêntica à deles”, afinal o problema de sempre da procura e
do encontro com a verdade… agravado quando esta procura se cruza com aquilo que
é feito em nome da religião, envolvimento na guerra incluído, daí decorrendo toda
a relativização que um valor como a vida apresentava para quaisquer crentes. A
fé, que o poderia aproximar de Deus, mostra-se-lhe incompatível com rituais.
Chegado
a um beco, Tolstoi assumia um compromisso: “Não tenho dúvidas de que existe
verdade nos ensinamentos mas também não tenho dúvidas de que existe falsidade
neles também e que eu devo descobrir o que é verdadeiro e o que é falso e
separar um do outro”.
A
reflexão confessada de Tolstoi repousou ao longo de três anos, tempo após o
qual o autor se reencontraria com o seu escrito. Relendo-o, teve um sonho, algo
místico, com cuja narração encerra a Confissão,
em que o seu corpo se encontra entre abismos, para baixo (um “abismo sem
fundo”) ou para cima (um “abismo de céu”), apoiado sobre corda e pilar, sem
possibilidade de cair, segurança que lhe garantia felicidade e tranquilidade.
No momento desta descoberta, o sonho acaba, a vida desperta e o livro
conclui-se.
Aquilo
que o homem não obtivera pelo trabalho da razão aparece pelo contacto com a
simplicidade, ponto de partida para diferente vivência da espiritualidade.
Busca profundamente assente num trajecto do eu, sempre olhando o outro, ora com
curiosidade, ora com deslumbramento, esta confissão não esconde o ziguezaguear
do pensamento e as dúvidas que cada aprendizagem suscita, sobretudo quando o
percurso é de demanda ou quando se pretende justificar e mostrar a ruptura.
Uma
boa forma de conhecer o mundo da espiritualidade de Tolstoi, com uma boa nota
introdutória de contextualização histórica devida a José Milhazes, este livro,
ainda que se deva reconhecer que, no plano da tradução ou da revisão, a edição
não é boa, havendo, por vezes, frases de sintaxe incompreensível.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Nesta tarde, no Sado, entraram barcos com história(s) - "Sagres", "Vera Cruz", "Creoula"
O programa do Dia Mundial do Mar, em Setúbal, tem sido divulgado na net e na imprensa. Na tarde de hoje, o Sado recebeu três embarcações que são o símbolo da ligação de Portugal ao mar. Primeiro, a "Sagres"; depois, a "Vera Cruz"; finalmente, "Creoula". Todos com pompa e a alegria de um dia de Verão, todos com muitos admiradores cais fora. As fotos que se reproduzem foram tiradas no Parque Urbano de Albarquel.
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Para a agenda - João Calceteiro, o poeta, em homenagem
João Calceteiro, nome de poeta de João Augusto Mendes, com 91 anos, vai ser homenageado em 27 de Setembro, na Casa da Cultura, em Setúbal. Filho de combatente português na Grande Guerra, João Calceteiro é um repositório de histórias, como se pôde ler na edição do trissemanário O Setubalense, saído ontem. A viver no Lar Paula Borba, o poeta, publicado em diversas antologias, vai ter a homenagem promovida pelo Centro de Iniciativas Manuel Medeiros, da UNISETI. Para a agenda!
domingo, 21 de setembro de 2014
Para a agenda - O Cabo Espichel que Carlos Sargedas quer mostrar
O
Cabo Espichel é assunto na “Revista” do Público de hoje pela mão de Alexandra Prado Coelho, sob o título “Cabo Espichel:
Conseguimos salvar o fim do mundo?”
São
quatro páginas em que se entrelaçam histórias do Cabo Espichel com a história
de um dos seus mais lídimos promotores dos tempos mais recentes, o fotógrafo Carlos
Sargedas, de Sesimbra. A justificação é a apresentação do filme Cabo Espichel – Em terras de um mundo
perdido, de Sargedas, com música de Miguel Valadares, a ocorrer na semana que agora começa, em Sesimbra.
Espaço
que alberga histórias, memórias e lendas fantásticas, a oscilarem entre a
espiritualidade, a devoção, a lenda, a festa, o luxo e a paisagem, o Cabo
Espichel mantém algo do que é comum designar-se como “finisterra”, ao mesmo
tempo que parece desaproveitado, mesmo esquecido. A tentativa de Carlos
Sargedas é a força da arte e de uma voz apenas comprometida com a defesa e com
a descoberta do património – é que, como refere no final da pequena reportagem,
aquele espaço é excelente para filmar e deve ser conhecido, porque ““temos tudo
aqui, batalhas navais, vikings, invasões francesas, túmulos, segredos, uma imagem
de origem desconhecida, pegadas de dinossauros. Agora, o cinema faz o resto.”
O Cabo Espichel, Sesimbra e a Arrábida foram já motivo
de um trabalho fotográfico de Carlos Sargedas, publicado em edição de autor,
sob o título de Vertigem Azul, em,
2006.
sábado, 20 de setembro de 2014
Para a agenda - Dia Mundial do Mar
O Dia Mundial do Mar, em Setúbal. Seminário, visitas a embarcações (e que embarcações!!!), exposição de bd... Quando tanto se fala do mar e do alargamento do território português sobre o mar; quando se sabe que o mar é parte indispensável da identidade lusitana... A não perder!
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segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Bocage no seu dia, por Zé Nova
Hoje, dia de Bocage, feriado municipal em Setúbal (que assim relembra o seu poeta), uma visão de Bocage, talvez ela mesma bocagiana, da autoria de Zé Nova, concebida para o programa do Prémio Literário Manuel Maria Barbosa du Bocage, promovido pela LASA. Um desenho em que facilmente se reconhece o poeta, bem como facilmente se revê a sua imagem de Setúbal: naquela estátua que faz girar a praça em torno de si, há quase sempre uma pomba que penteia as ideias do poeta...
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