Estou
a pagar no posto de abastecimento e o indivíduo aproxima-se de mim. “Bem me
parecia que conheci esta voz”, diz-me, no prazer do reencontro depois de muitos
anos de desencontro.
Era
PC, meu aluno de há vinte e tal anos, outros tantos de tempo sem nos vermos. “Que
fazes?” E desfiou-me o rol dos seus projectos, que sempre fora um rapaz de
aventura, dinâmico, imparável. Negócios, projectos empresariais, alguma sorte
na vida, negócios de família. “Tenho um amigo suíço que desafiei para meu
sócio. Quer saber a resposta?” Perante o meu ar de curioso, acabou a história: “Ó
pá, entrar na constituição de uma empresa em Portugal? Então a gente nunca sabe
o que vai ser isto!... Os impostos são uma coisa de manhã, outra à tarde e
outra no dia seguinte… Quem se governa assim? Há empresa que se sustente?”
Ainda
conversámos mais. Mas a tónica da conversa estava na contrariedade que se
oferece aos projectos empresariais. “Sabe, professor? Dou um ano para isto…
Caso não haja resultados, vou-me embora. Já estive de malas feitas para
Moçambique e resisti, mas não sei por quanto tempo mais!...”
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