D. Manuel Martins no tipo de discurso a que sempre nos habituou, directo,
incisivo, contundente. Sempre admirei a frontalidade de D. Manuel e a sua voz,
que se tem erguido nos momentos mais críticos, é a da razão. Podemos
acrescentar às suas palavras que, antes das eleições, os potenciais candidatos
a primeiro ministro deveriam ser obrigados a dizer com quem se coligariam, em
que circunstâncias e que pessoas chamariam para formar governo.
É pedir muito,
eu sei. Mas, depois do que temos visto e do oportunismo que tem rodeado muitas
caras que passam pelos governos, seria o mínimo sinal de respeito pelos
eleitores. Penso que, a saber-se isso, muitas das pessoas que têm passado pelos
governos fariam alterar os resultados eleitorais e, por outro lado, haveria
mais cuidado na formação das equipas de governantes. Serão todos muito boas
pessoas, mas os sinais de incompetência, de impreparação e de pouca consideração
pelos governados têm sido constantes. No tempo pré-eleições somos todos uns
tipos porreiros e cumprimentados em demasia; depois, viramos uns cábulas, que
não trabalhamos, responsabilizados pelo caos a que se chegou, mal habituados…
Na televisão, ao darem a notícia destas considerações de D. Manuel
Martins, disseram que ele não deixou mensagem de Natal porque seria falta de
cortesia estar a apontar caminhos de esperança no contexto em que se está… Uma
pessoa ouve isto com um sorriso de compreensão e de concordância. Haverá mesmo
esperança quando se deseja um 2013 “dentro do possível” ou que o novo ano “vá
correndo”? Por isso, dispensam-se as mensagens governativas de Natal. Depois de
tudo quanto foi dito pelos governantes sobre os portugueses e dos “ralhetes”
sucessivamente cheios de sugestões, já se percebeu onde fica a esperança!
Sem comentários:
Enviar um comentário