terça-feira, 25 de dezembro de 2012

D. Manuel Martins, os governantes e a mensagem de Natal



D. Manuel Martins no tipo de discurso a que sempre nos habituou, directo, incisivo, contundente. Sempre admirei a frontalidade de D. Manuel e a sua voz, que se tem erguido nos momentos mais críticos, é a da razão. Podemos acrescentar às suas palavras que, antes das eleições, os potenciais candidatos a primeiro ministro deveriam ser obrigados a dizer com quem se coligariam, em que circunstâncias e que pessoas chamariam para formar governo.
É pedir muito, eu sei. Mas, depois do que temos visto e do oportunismo que tem rodeado muitas caras que passam pelos governos, seria o mínimo sinal de respeito pelos eleitores. Penso que, a saber-se isso, muitas das pessoas que têm passado pelos governos fariam alterar os resultados eleitorais e, por outro lado, haveria mais cuidado na formação das equipas de governantes. Serão todos muito boas pessoas, mas os sinais de incompetência, de impreparação e de pouca consideração pelos governados têm sido constantes. No tempo pré-eleições somos todos uns tipos porreiros e cumprimentados em demasia; depois, viramos uns cábulas, que não trabalhamos, responsabilizados pelo caos a que se chegou, mal habituados…
Na televisão, ao darem a notícia destas considerações de D. Manuel Martins, disseram que ele não deixou mensagem de Natal porque seria falta de cortesia estar a apontar caminhos de esperança no contexto em que se está… Uma pessoa ouve isto com um sorriso de compreensão e de concordância. Haverá mesmo esperança quando se deseja um 2013 “dentro do possível” ou que o novo ano “vá correndo”? Por isso, dispensam-se as mensagens governativas de Natal. Depois de tudo quanto foi dito pelos governantes sobre os portugueses e dos “ralhetes” sucessivamente cheios de sugestões, já se percebeu onde fica a esperança!

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