José Gil. Visão: nº 889, 18.Março.2010.
Só hoje li o artigo “A violência da ignorância”, assinado por José Gil no último número da revista Visão. E não posso estar mais de acordo. E este texto deve ser lido, partilhado e meditado. Pelo que há, pelo que pode haver, pelo que tem de deixar de ser.
Há dias, um aluno do ensino superior dizia-me que, nas aulas, por vezes, dificilmente conseguem perceber o que dizem os professores, porque a conversa entre os alunos é em tal quantidade que os docentes se vêem obrigados a interromper o raciocínio e a aula para chamarem a atenção aos prevaricadores. Fiquei admirado, devo mesmo dizer: chocado. Que isso aconteça em níveis iniciais da escolaridade, ainda se compreende por causa da fragilidade da noção de responsabilidade e por causa de alguma dose de infantilidade. Que isso aconteça no ensino superior… Pensei, no momento, tratar-se de caso isolado. Dois ou três dias depois, conversava com um colega, mostrando o meu espanto por esta prática, em que os alunos do ensino superior se comportavam nas aulas de forma algo semelhante a muitos do ensino básico. Resposta dele: era verdade, muita gente se queixava, parecia que a onda se estava a generalizar na falta de respeito pelas aulas e estava a chegar ao universitário!
Percebe-se onde nos está a levar a onda de facilitismo. Viu-se (e ouviu-se, aliás) pela reacção dos deputados que bateram com as tampas dos computadores na Assembleia da República na semana passada, protestando contra o Presidente da Assembleia. Só não percebe quem não quer… É que as atitudes de desrespeito que tais alunos vão mantendo são não apenas desrespeito pelos professores mas também pela instituição escolar e ainda pelos colegas. Mas nada disto lhes diz seja o que for de importante. Infelizmente!
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