terça-feira, 16 de março de 2010

António Matos Fortuna na memória da Quinta do Anjo

Passaram há poucos dias (9 de Março) dois anos sobre o falecimento de António Matos Fortuna, historiador da região de Palmela. Acho que, apesar de haver já o seu busto no centro da aldeia que o viu nascer e onde viveu - Quinta do Anjo -, Matos Fortuna não teve ainda uma homenagem à altura daquilo que valeu enquanto investigador e enquanto pessoa, nem à altura do que vale a obra que nos legou, se é que as homenagens alguma vez pagam esses valores! Será vulgar dizer-se que a melhor homenagem se vai construindo no dia-a-dia, pela memória e pela leitura dos seus escritos. Será. Mas é preciso que vá havendo algo mais do que isso.
Foi por essa razão que, ao abrir os mails de hoje, fiquei satisfeito com o anúncio que me faziam da parte da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo: é que, em 24 de Março, pelas 17h30, o nome de António Matos Fortuna vai entrar na toponímia da sua aldeia, ali mesmo juntinho ao monumento ao ovelheiro, personagem que Fortuna estudou e sobre a qual escreveu.
Um nome numa rua poderá ser apenas isso mesmo, porque as ruas têm de ter uma identificação. Mas cabe-nos a todos pugnar por que a toponímia seja um reflexo de identidade em vez de um espelho de vaidade ou de moda. Matos Fortuna merece ter o seu nome escrito sobre a Quinta do Anjo!

2 comentários:

José António Cabrita disse...

João,

fico tão contente! O "nosso" Dr. Fortuna, há-de estar a dizer que não não havia necessidade disso, mas nós sabemos bem que não é assim.
De resto, sorte a tua, meu amigo. Ao menos mandaram-te um "mail" a dizer da coisa!

Um abraço, do
José António Cabrita

Anónimo disse...

Feliz homenagem, no entanto sempre insuficiente para o "tamanho" deste homem.
Estou certa que não ficará somente na memória da terra, mas tambem na memória das gentes de agora e de outro tempo que como eu tiveram o privilégio de o ter como professor, mentor e inevitávelmente amigo de vida inteira, ainda que o tempo e a distância nos tenha apartado.
Foi e será sempre um exemplo único na minha história escolar.
Guardo como que de uma "jóia preciosa" se trate, o privilégio de ter colaborado na investigação/recolha da informação para a elaboração da edição de 1987 "Aspectos da Linguagem Popular de Palmela".
Fica a minha homenagem ao professor/investigador/historiador e tambem ao homem simples, que em total acordo com o comentário anterior, decerto diria agora: "não há necessidade disso". Obrigado Professor Fortuna por ter enriquecido a minha vida.
Anabela Calado Velez