quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Rostos (131)

Monumento ao Ovelheiro, de Camarro, em Quinta do Anjo, inaugurado hoje

Há pouco mais de 20 anos, o historiador palmelense, natural de Quinta do Anjo, António Matos Fortuna, escreveu um pequeno livro deveras significativo para a identidade da sua aldeia - Quinta do Anjo - Capital da ovelharia entre Tejo e Sado (Palmela: Câmara Municipal de Palmela, 1988). O título é curioso, pois terá sido a primeira homenagem aos pastores, aos tosquiadores, aos queijeiros, aos ovelheiros (a quem, de resto, chamou "semeadores de rebanhos em terras à volta"). Quase no final desse livro, lembrava António Matos Fortuna: "Mais ou menos, em todas as zonas do país existem pastores. Há, porém, algumas tipicamente consagradas nesse aspecto etnográfico. Em tal número ninguém pensará inscrever a freguesia de Quinta do Anjo, que sempre foi terra de ovelheiros." Duas décadas depois deste escrito, publicado em mês outonal, eis que o ovelheiro quintajense, de novo em mês de Outono, fica inscrito na memória e na identidade da aldeia.

2 comentários:

Anónimo disse...

o historiador era Palmelense ou Quintajense afinal??? parece que teem vergonha de se assumirem como Quintajenses depois dao nomes a ruas e estatuas!!!!!!

João Reis Ribeiro disse...

Caro Anónimo,
Não valerá a pena tanta acidez no comentário!... Provavelmente, Matos Fortuna responder-lhe-ia que... era as duas coisas, imagino - palmelense e quintajense. Se o refiro como palmelense, é para lembrar que foi ele o grande responsável pela divulgação da história de Palmela, que ele estudou, descobriu, escreveu e divulgou. Como saberá, "as terras de Palmela" - como ele gostava de dizer - foram o seu grande objecto de estudo. Quanto à sua aldeia, sim, de facto, era quintajense. Mas, se isso lhe aproveita, ele responder-lhe-ia que era "montanhão", talvez os mais autóctones habitantes da freguesia de Quinta do Anjo.
Por favor, não misture os nomes de ruas ou as estátuas com aquilo que escrevi. Do que escrevi, a responsabilidade é minha; dos nomes de ruas e das estátuas, apenas contribuí e, se quer saber, elogiei.
Como vê, não é uma questão de "vergonha", palavra de fácil de atirar para cima de quem quer que seja, ainda que não assumindo a autoria!
Obrigado pelo seu comentário.