Elemento central do tríptico "Tropa de África", de José Joaquim Ramos
“Tudo se desmorona - Impactos
Culturais da Grande Guerra em Portugal” é o título de uma exposição patente na
Fundação Calouste Gulbenkian desde 30 de Junho, com curadoria de Pedro Aires de
Oliveira, Carlos Silveira e Ana Vasconcelos, que pode ainda ser visitada até 4
de Setembro, segunda-feira.
A exposição, inaugurada no segundo
dia do colóquio internacional “Ninguém Sabe que Coisa Quer - A Grande Guerra e
a Crise dos Cânones Culturais Portugueses” que teve lugar na Fundação entre 28
e 30 de Junho, pode ser acompanhada pelo jornal-catálogo intitulado O Mundo Derrubado, que integra os
textos-roteiro da exposição (pena que não inclua a cronologia que vai sendo
mostrada ao longo da exposição) e os estudos “Semear ventos, colher
tempestades: a República e a Grande Guerra” (de Pedro Aires de Oliveira), “A
Guerra nas letras” (de Luís Augusto Costa Dias) e “Memória da I Guerra Mundial:
um projecto republicano” (de Sílvia Correia).
Muito mais do que pretender
mostrar o que foi a Guerra, esta exposição debruça-se sobre as repercussões
dessa mesma Guerra na vida portuguesa em diversos sectores: na arte, nas
relações e nas tensões sociais, na política, na imagem dos militares, nos
hábitos de consumo. E possibilita ver algumas peças raras e outras que nunca
terão sido expostas ao público (como o tríptico “Tropa de África”, de José Joaquim
Ramos).
O visitante pode cruzar-se com fotografias da época,
com primeiras edições de obras de relatos da Guerra, com páginas jornalísticas
do tempo, com alguns objectos, sons, músicas e filmes que retratam o momento. Pode
ainda encontrar-se com a memória e não é em vão que a última secção aborda a
memória construída sobre esse período, seja assinalando o papel da Liga dos
Combatentes e as campanhas de apoio aos regressados da Guerra, seja com os desenhos
e maquetas de monumentos que ficaram para a perpetuação da memória da
participação portuguesa.
A não perder!
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