O ano de 2015 está anunciado como Ano Internacional da Luz e da Óptica, Ano Internacional dos Solos, Ano da Vida Consagrada e Ano Europeu para o Desenvolvimento, além de inaugurar a Década Internacional dos Afrodescendentes sob o lema "Pessoas Afrodescendentes:
reconhecimento, justiça e desenvolvimento", período que vai decorrer entre
o início de Janeiro de 2015 e o final de Dezembro de 2024. É também o ano em
que se assinala o oitavo centenário da assinatura da Magna Carta em Inglaterra,
em que prossegue a celebração dos “8 Séculos de Língua Portuguesa”, em que se assinala o 150º aniversário das leis da hereditariedade (devidas a Mendel, que as apresentou em 8 de Março de 1865) e é o
segundo ano do centenário da Primeira Grande Guerra (e, a propósito, o dos 70 anos sobre o fim da II Grande Guerra e dos campos de concentração, sobre a morte de Anne Frank, em 31 de Março, e sobre as bombas atómicas de Hiroshima e de Nagasaki, em 6 e 9 de Agosto, respectivamente). Passam ainda 40 anos sobre a ocupação de Timor pela Indonésia.
Motivos para assinalar em 2015 não faltam: passam
500 anos sobre a morte de Afonso de Albuquerque (16 de Dezembro) e sobre o nascimento de Santa Teresa de Ávila; 250 anos sobre o nascimento de
Bocage (15 de Setembro); 200 anos sobre o nascimento de D. Bosco (16 de Agosto), fundador dos Salesianos; 150 anos sobre a morte de Ramalho Ortigão (27 de Setembro) e sobre o nascimento do compositor Sibelius (8 de Dezembro), 100 anos sobre o nascimento de
Ruy Cinatti (8 de Março), de Edith Piaf (19 de Dezembro), de Roland Barthes (12 de Novembro), de Orson Welles (6 de Maio) e de Frank Sinatra (12 de Dezembro) e sobre a morte de Sampaio Bruno (6 de Novembro); 50 anos sobre a morte de Winston
Churchill (24 de Janeiro), de Humberto Delgado (13 de Fevereiro), de Nat King
Cole (15 de Fevereiro), do pintor setubalense Fernando dos Santos (14 de Abril)
e de Albert Schweitzer (4 de
Setembro).
Cinco obras literárias passarão necessariamente por
esta lista de efemérides: os 150 anos de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; o centenário da revista Orpheu e do Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros; os 70 anos do livro de poemas Serra Mãe, de Sebastião da Gama; os 50 anos da obra Praça da Canção, de Manuel Alegre. A propósito de literatura, refiram-se ainda os 150 anos sobre a Carta ao Excelentíssimo Senhor António Feliciano de Castilho, redigida por Antero de Quental a partir de Coimbra (Novembro de 1865), iniciadora da "Questão do Bom Senso e do Bom Gosto".
Setúbal tem também motivos para celebrar culturalmente
o ano de 2015: em Julho (16), serão volvidos 40 anos sobre a criação da diocese de Setúbal, devida a Paulo VI; em Janeiro (11), passam 60 anos sobre a criação do Museu
Oceanográfico (reunindo o espólio de Gonzaga do Nascimento); em Abril (26),
decorrem os 160 anos sobre a abertura do Teatro de Bocage (com entrada pela actual
Avenida 5 de Outubro); em Maio (8), recaem 60 anos sobre a inauguração do
actual edifício da Escola Secundária Sebastião da Gama (então designada por
Escola Comercial e Industrial de Setúbal); em Julho (1), perfazem-se 160 anos
sobre o aparecimento do primeiro periódico local, O Setubalense, devido a João Carlos de Almeida Carvalho (título que
teve várias interrupções na publicação, mas que ainda hoje é retomado); em Julho (4), completam-se 60 anos sobre a
data em que o Vitória Futebol Clube ganhou a primeira Taça de Portugal,
derrotando o Benfica por 3-1 (dois anos depois, bisaria a proeza); em Setembro
(16), assinalam-se 60 anos sobre a inauguração do busto de Olavo Bilac na Praça
do Brasil (poeta brasileiro que muito contribuiu para a divulgação de Bocage);
em Novembro (12), a Associação do Clube Setubalense celebra os 160 anos; em
Dezembro (21), decorrem 210 anos sobre a morte de Bocage. E, já agora, em
Setembro (26), passam os 490 anos sobre o título de “Muito Notável” com que D.
João III agraciou Setúbal. A cidade do Sado poderá ainda assinalar o primeiro centenário de jornais locais como O Mosquito (primeira edição em 1 de Janeiro de 1915), A Voz da Mocidade (21 de Janeiro de 1915), ABC (10 de Abril de 1915) e A Justiça (28 de Setembro de 1915), bem como o primeiro centenário da criação da delegação sadina da Cruz Vermelha Portuguesa.
Finalmente, uma evocação sobre duas proibições no domínio da cultura: há 50 anos o Ministro da Educação Nacional extinguia a Sociedade Portuguesa de Escritores após esta ter atribuído o prémio Camilo Castelo Branco a Luandino Vieira, então considerado um inimigo de Portugal; e, em 30 de Dezembro de 1965, o Serviço de Censura interditava a obra
Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e
Satírica, organizada por Natália Correia. No relatório de leitura
apresentado para despacho, o pressuroso leitor apreciador registava no
penúltimo parágrafo: “Fica-nos pois a impressão de que esta obra pretende ser a
contribuição comunista para as comemorações bocageanas que estão em realização.”
[agradeço a António Cunha Bento informações prestadas]
[actualizado em 9.Fevereiro.2015]
[actualizado em 9.Fevereiro.2015]
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