terça-feira, 9 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Memória: António Alçada Baptista (1927-2008)
Fantasia - "A gente sempre pode fazer mais, mas, muitas vezes, aqueles que fazem muito são piores para o mundo do que os que fazem pouco, porque as pessoa
s também têm as suas obrigações com a sua fantasia, com muitas coisas que chamam e distraem."
Livros - "Os livros são bons porque, sempre que nos sentimos sós e não temos coisas para dizer a nós mesmos, podemos falar com eles. (...) Com os livros, a gente sempre faz viagens, conhece pessoas, aprende a interrogar-se e tem oportunidade de viver e de sentir coisas que a vida lhe não deu. Outras vezes, (...) os livros entretêm a nossa fome de viver e se calhar disfarçam e adiam a obrigação que temos de procurar a vida."

Livros - "Os livros são bons porque, sempre que nos sentimos sós e não temos coisas para dizer a nós mesmos, podemos falar com eles. (...) Com os livros, a gente sempre faz viagens, conhece pessoas, aprende a interrogar-se e tem oportunidade de viver e de sentir coisas que a vida lhe não deu. Outras vezes, (...) os livros entretêm a nossa fome de viver e se calhar disfarçam e adiam a obrigação que temos de procurar a vida."
Corpo - "O corpo fala tanto como as palavras, mas as pessoas, como deixaram de respeitar as palavras, também não respeitam o corpo. É por isso que o desejo é tão bruto porque só uma força muito grande e mujito cega tem poder para atravessar as barreiras que levantámos à volta do nosso corpo. (...) Um dia, as pessoas ainda vão descobrir o que podem fazer com o corpo porque os sentimentoas, quando estiverem purificados, vão ajudar-nos muito."
Solidão, palavras - "O mais importante são as palavras. Quando se vive a solidão, sabe-se que, por causa de uma palavra verdadeira, caem muitas vezes as muralhas que levantámos à volta das nossas almas. Uma palavra verdadeira pode ser um milagre: é a solidão derrotada."
António Alçada Baptista. Tia Suzana, meu amor. Col. "Aura" (12). Lisboa: Editorial Presença, 1989.
22 anos de tetraplegia, "com sorriso no rosto"
Há 22 anos (a fazer no dia 19 deste mês) que Jorge Patrício vive com a sua tetraplegia, na sequência de uma queda quando tinha 15 anos. Há 22 anos que encara a vida com a garra necessária, dep
ois de ter visto as muitas dificuldades, de amigos o terem abandonado, de ter tido que aprender a viver de outra forma, de ter deixado para trás coisas de que gostava (como o futebol que praticava ou a oficina onde trabalhava). Para vencer, tem uma vida activa, inventa utensílios que lhe facilitam determinadas tarefas, conta com familiares e amigos, tem tido algum apoio da comunidade, acompanha intensamente o desenvolvimento da medicina nesta área. Gere a sua autonomia, conduz, convive e trabalha na Escola Secundária de Sampaio (Sesimbra).
A sua história vem contada na Magazine Reportagem deste mês (nº 5, Dezembro.2008) pela mão de Vanessa Pereira e pela visão de Rui Cunha. A revista, mensal, de uma dúzia de páginas, sob o lema “o mundo à frente das objectivas”, conta histórias que podem ter a marca local, mas que, sobretudo, são histórias de vida e, nessa medida, dizem respeito a todos.
.jpg)
A sua história vem contada na Magazine Reportagem deste mês (nº 5, Dezembro.2008) pela mão de Vanessa Pereira e pela visão de Rui Cunha. A revista, mensal, de uma dúzia de páginas, sob o lema “o mundo à frente das objectivas”, conta histórias que podem ter a marca local, mas que, sobretudo, são histórias de vida e, nessa medida, dizem respeito a todos.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Hoje, no "Correio de Setúbal"
Diário da Auto-Estima – 91
Escola – Na manhã do dia da greve de professores, o Secretário de Estado Jorge Pedreira dizia na rádio que o anterior sistema de avaliação de professores não passava de “um simulacro”. É injusto e não é verdade. Pode-se discordar do sistema, mas não se pode acusar de fingimento uma coisa que não era a fingir. Por inerência ou por convite, participei em Comissões de Avaliação e houve professores que não progrediram, outros a quem foi recomendado que refizessem o relatório de acordo com a legislação por pouco crítico ser o apresentado e outros que, tendo-se candidatado a “bom”, o viram recusado por não preencherem condições para tal. Isto, num tempo em que os sucessivos governos não tiveram a coragem de regulamentar a classificação de “b
om” que estava prevista no Estatuto da Carreira Docente! Não é preciso estar-se a coberto de nenhum sindicato para dizer isto. Na tarde do mesmo dia, o Secretário de Estado Valter Lemos dizia que a adesão à greve fora “significativa”, mas regozijava-se porque a greve não tinha atingido os números que os sindicatos tinham alvitrado. E assim ficava a descoberto o essencial da luta: governo contra sindicatos e vice-versa, visto por um governante. Os sindicatos cavalgaram a onda de descontentamento? Acredito que sim. E o que fez o governo quando lhe deu jeito arranjar bodes expiatórios para explicar o que estava mal? Não esqueço que o discurso de tomada de posse do Primeiro-Ministro iniciou logo a abertura de hostilidades com grupos profissionais e com sectores económicos… Tudo em nome da explicação para problemas que os governos não têm conseguido (ou sabido) resolver. Assim como, na educação, não resolvem os desenhos curriculares desajustados, os programas mal concebidos, as cargas horárias dos alunos por vezes maquiavélicas, as disciplinas de pouca ou nenhuma relevância prática ou cultural…
Convento S Francisco – “Unus non sufficit orbis” (“um só mundo não basta”) é o título da exposição de fotografia e pintura que, até fim de Fevereiro, pode ser vista no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. A fotografia é de José A. Carvalho (professor em Setúbal); a pintura é de Andreas Stöcklein (alemão residente em Setúbal, com trabalhos no âmbito da pintura e do azulejo). O tema de ambas as formas de expressão é o Convento de S. Francisco, em Setúbal, nelas perpassando uma quase poética das ruínas e, simultaneamente, um grito contra a incúria e contra a afronta à memória cultural, pois das obras expostas não anda distante o que é o actual estado desta peça do património construído em Setúbal ou o que tem sido o seu trajecto de cerca de seis séculos (a serem cumpridos dentro de dois anos, provavelmente sobre um monte de ruínas ou sobre uma degradação ainda maior). “O Convento que andou de mão em mão” – assim chamou Almeida Carvalho (1827-1897) ao Convento de S. Francisco, aquele que foi o primeiro convento fundado em Setúbal, em 1410, graças a D. Maria Anes Escolar, e que pertenceu a franciscanos e a jesuítas, foi propriedade particular, pertenceu ao Estado, albergou soldados, serviu de residência a famílias vindas de África aquando da descolonização, esteve a cargo da Casa Pia e… jaz ao abandono. Com cores de ruína. Com rugas de história. Com marcas de memória.
Três livros a não perder – Embarcações Tradicionais – Contexto físico-cultural do Estuário do Sado, editado pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, sobre barcos (construção, história) e a perícia da construção naval, aliados à fotografia e à pintura; Versos do Cantador de Setúbal, o terceiro volume dos poemas de Calafate (António Maria Eusébio), editados 26 anos depois do segundo volume, organizado por Rogério Peres Claro, com cantigas sobre a cidade e sobre a vida, que andaram em folhetos e, agora, surgem em livro; Sebastião da Gama – Milagre de vida em busca do eterno, de Alexandre Santos, sobre a alegria de poetar do poeta de Azeitão, obra a ser apresentada no Salão Nobre da Câmara de Setúbal na noite de 12 de Dezembro.

Convento S Francisco – “Unus non sufficit orbis” (“um só mundo não basta”) é o título da exposição de fotografia e pintura que, até fim de Fevereiro, pode ser vista no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. A fotografia é de José A. Carvalho (professor em Setúbal); a pintura é de Andreas Stöcklein (alemão residente em Setúbal, com trabalhos no âmbito da pintura e do azulejo). O tema de ambas as formas de expressão é o Convento de S. Francisco, em Setúbal, nelas perpassando uma quase poética das ruínas e, simultaneamente, um grito contra a incúria e contra a afronta à memória cultural, pois das obras expostas não anda distante o que é o actual estado desta peça do património construído em Setúbal ou o que tem sido o seu trajecto de cerca de seis séculos (a serem cumpridos dentro de dois anos, provavelmente sobre um monte de ruínas ou sobre uma degradação ainda maior). “O Convento que andou de mão em mão” – assim chamou Almeida Carvalho (1827-1897) ao Convento de S. Francisco, aquele que foi o primeiro convento fundado em Setúbal, em 1410, graças a D. Maria Anes Escolar, e que pertenceu a franciscanos e a jesuítas, foi propriedade particular, pertenceu ao Estado, albergou soldados, serviu de residência a famílias vindas de África aquando da descolonização, esteve a cargo da Casa Pia e… jaz ao abandono. Com cores de ruína. Com rugas de história. Com marcas de memória.
Três livros a não perder – Embarcações Tradicionais – Contexto físico-cultural do Estuário do Sado, editado pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, sobre barcos (construção, história) e a perícia da construção naval, aliados à fotografia e à pintura; Versos do Cantador de Setúbal, o terceiro volume dos poemas de Calafate (António Maria Eusébio), editados 26 anos depois do segundo volume, organizado por Rogério Peres Claro, com cantigas sobre a cidade e sobre a vida, que andaram em folhetos e, agora, surgem em livro; Sebastião da Gama – Milagre de vida em busca do eterno, de Alexandre Santos, sobre a alegria de poetar do poeta de Azeitão, obra a ser apresentada no Salão Nobre da Câmara de Setúbal na noite de 12 de Dezembro.
aditamento
Estas notas foram redigidas na quarta-feira à noite, dia da greve de professores, para respeitar o "timing" de elaboração do jornal em que colaboro. Entretanto, a questão das escolas, aliás, da avaliação do desempenho docente, já evoluiu, melhor, já teve (des)envolvimentos: tudo indica que vai voltar a haver diálogo e, ontem, na Assembleia da República, não foi aprovada uma recomendação de suspensão deste processo porque 30 deputados faltaram na hora de votar. Vale a pena ler o postal "Negociações envenenadas" do companheiro Campo lavrado...
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Pagelas Setubalenses (7)
MEDALHA DOS 125 ANOS
“Aos dezanove dias do mês de Outubro de 1883, achando-se reunidos os Exmos. Snrs. Artur Mena, Henrique Augusto Pereira, Joaquim José Corrêa, Álvaro José Baptista e António Avelino da Silva, e a convite do Exmo. Snr. Álvaro José Baptista, compareceram mais os Exmos. Snrs. Alfredo Portela e Manuel Maria Portela Júnior e Joaquim Caetano da Veiga. Tratou-se sobre a organização duma Associação de Bombeiros Voluntários desta cidade. Tomou nesta ocasião a palavra Joaquim José Corrêa, declarando aos mesmos senhores que da melhor vontade se prontificava a auxiliar quanto pudesse esta Associação já com o seu préstimo, já como vereador do pelouro dos incêndios para que solicitava da Exma. Câmara Municipal algum material que fosse necessário.(…)”
A acta continua, relatando que Artur Mena pôs ao dispor da Associação “o seu insignificante mérito como bombeiro”, prestando-se a ser instrutor da Associação, e que Henrique Pereira emprestaria à Associação a sua máquina de incêndios.
Nascia assim a que é hoje a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, que, há pouco mais de um mês, festejou os seus 125 anos.
À reunião desse 19 de Outubro seguiram-se outras reuniões, efectuadas ainda em Outubro e ao longo dos meses de Novembro e Dezembro, com vista à aprovação de estatutos, à constituição dos corpos gerentes e à criação de uma charanga.
O ano de 1884 teve em Setúbal oito incêndios em que colaboraram os bombeiros. O primeiro deles, que começou “numa porção de palha”, ocorreu em 27 de Janeiro, pelas 11 da noite, numa loja situada na Rua Francisco Pereira, em S. Sebastião.
Uma década depois, na noite de 14 de Janeiro de 1894, no Teatro Bocage, em Setúbal, havia um espectáculo para angariação de fundos para a então Real Associação dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, ocasião em que foi recitado um poema de Manuel Maria Portela (que também fora bombeiro), com 14 quadras, intitulado “O bombeiro”, cuja conclusão enaltecia os voluntários: “Bem hajas!... Que heróico, que nobre desvelo / te incita ao combate! Que santa missão! / É teu o triunfo mais justo, mais belo! / Não matas, socorres o que é teu irmão.
” Cinco anos depois, em 1899, a população sadina, reconhecida, oferecia à associação a sua primeira bandeira, em seda branca. Ainda no séc. XIX, o rei D. Carlos presenteava os bombeiros setubalenses com uma escada alemã “Magirus”, que está exposta na entrada principal do quartel da Associação.
Ao passar o 125º aniversário da Associação, foi cunhada medalha evocativa da data, idealizada por Manuela Tomé. Ao apresentar a medalha, o Presidente da Direcção registou: «O bronze foi o material escolhido para representar os nossos valores culturais e naturais, ou as nossas gentes, a Arrábida e o Sado, que ao longo dos anos os nossos bombeiros apetrechados dos meios técnicos, de que é um belo exemplo a escada ‘Magirus’ do séc. XIX, se têm empenhado em salvaguardar, mantendo vivo o que de melhor nos identifica e nos une em razão da ‘vida por vida’».
A acta continua, relatando que Artur Mena pôs ao dispor da Associação “o seu insignificante mérito como bombeiro”, prestando-se a ser instrutor da Associação, e que Henrique Pereira emprestaria à Associação a sua máquina de incêndios.
Nascia assim a que é hoje a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, que, há pouco mais de um mês, festejou os seus 125 anos.
À reunião desse 19 de Outubro seguiram-se outras reuniões, efectuadas ainda em Outubro e ao longo dos meses de Novembro e Dezembro, com vista à aprovação de estatutos, à constituição dos corpos gerentes e à criação de uma charanga.
O ano de 1884 teve em Setúbal oito incêndios em que colaboraram os bombeiros. O primeiro deles, que começou “numa porção de palha”, ocorreu em 27 de Janeiro, pelas 11 da noite, numa loja situada na Rua Francisco Pereira, em S. Sebastião.
Uma década depois, na noite de 14 de Janeiro de 1894, no Teatro Bocage, em Setúbal, havia um espectáculo para angariação de fundos para a então Real Associação dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, ocasião em que foi recitado um poema de Manuel Maria Portela (que também fora bombeiro), com 14 quadras, intitulado “O bombeiro”, cuja conclusão enaltecia os voluntários: “Bem hajas!... Que heróico, que nobre desvelo / te incita ao combate! Que santa missão! / É teu o triunfo mais justo, mais belo! / Não matas, socorres o que é teu irmão.

Ao passar o 125º aniversário da Associação, foi cunhada medalha evocativa da data, idealizada por Manuela Tomé. Ao apresentar a medalha, o Presidente da Direcção registou: «O bronze foi o material escolhido para representar os nossos valores culturais e naturais, ou as nossas gentes, a Arrábida e o Sado, que ao longo dos anos os nossos bombeiros apetrechados dos meios técnicos, de que é um belo exemplo a escada ‘Magirus’ do séc. XIX, se têm empenhado em salvaguardar, mantendo vivo o que de melhor nos identifica e nos une em razão da ‘vida por vida’».
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
O "depois" da greve de professores visto por José Manuel Fernandes
«(...) O que é essencial para os professores (e escrevemos professores e não sindicatos, pois aquilo a que assistimos ultrapassou muito a capacidade de mobilização dos sindicatos, foi algo que veio do fundo da alma de dezenas de milhares de docentes que nunca imaginaram ir a uma manifestação ou fazer uma greve)? Que se perceba que este modelo de avaliação é impraticável, burocrático e gerador de injustiças e que se reabra o debate sobre um Estatuto da Carreira Docente e a bizarra criação da figura do "professor titular". O que é essencial para o ministério? Que exista um sistema de avaliação mais rigoroso do que o antes existente (apesar de não ser verdade repetir que os professores não eram avaliados quando o problema estava nas debilidades do sistema de avaliação e de carreiras). Onde é que ontem se viram sinais de que pode haver uma luz ao fundo do túnel? Quando Mário Nogueira se recusou a reafirmar, na RTPN, que não haveria negociações sem a suspensão imediata do processo de avaliação e quando, minutos depois, Jorge Pedreira disse que o ministério não aceitava desistir do "processo da avaliação", não tendo repetido a fórmula habitual, que insistiu sempre "neste modelo de avaliação".
E onde é que, aqui, podiam e deviam entrar todos os que se interessam pelo problema da qualidade do nosso ensino - e também devia entrar a oposição? Onde é que deviam entrar os que no passado foram demasiado passivos e agora são os principais protagonistas, os professores que não têm de se rever obrigatoriamente nos sindicatos existentes? Num processo que demonstrasse, do lado dos professores, e que revelasse, do lado dos outros protagonistas, que há uma genuína vontade de melhorar o sistema que temos. Para as escolas, esta é uma oportunidade para ganharem mais autonomia. Para os pais, o momento em que devem mostrar mais interesse. Para a oposição, a oportunidade que não está apenas do lado do contra. Para os outros agentes, que têm propostas e querem ser ouvidos - mesmo quando defendem soluções radicalmente diferentes.
Os responsáveis do ministério, a não ser que estejam definitivamente autistas, só podem ter percebido que, com este modelo e à força, fazem mal às escolas e se desgastam politicamente. Aos professores, agora unidos na recusa do que era realmente um modelo disparatado, não deve meter medo reivindicarem mais autonomia e mais responsabilidade, mesmo sabendo que depois podem voltar a dividir-se sobre a melhor solução. E a oposição deve correr o risco de fazer propostas que não se destinem a agradar a todos, mas procurem ser melhores, mais coerentes e mais realistas do que as deste ministério.
É isto muito difícil? É, mas não é impossível. Até porque não implica abdicar das ideias próprias, apenas respeitar as daqueles com quem se debate e negoceia. No limite, apenas exige humildade para ouvir e a convicção de que é pela argumentação, e não pela força, que as melhores ideias se impõem.»
Etiquetas:
escola,
greve,
José Manuel Fernandes,
Ministério da Educação,
professor
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
S. Francisco Xavier, padroeiro de Setúbal
A presença dos Jesuítas em Setúbal cimentou-se a partir de 1654, ano em que aqui foi obtida concessão para a fundação de um colégio da ordem, por iniciativa de André Velho Freire e de Filipa Paredes, sua esposa, que só viria a concretizar-se já no início de Setecentos. Também do início do século XVIII, de 10 de Março de 1703, foi a decisão camarária de Setúbal passar a ter S.Francisco Xavier como padroeiro, assinalado no dia 3 de Dezembro, data do seu passamento.
Etiquetas:
Instituto Politécnico de Setúbal,
Jesuítas,
padroeiro,
S. Francisco Xavier,
Setúbal
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Os professores e o ME vistos por José Manuel Silva
O Governo está completamente equivocado na forma como está a gerir o conflito com os docentes. Na verdade, o entendimento necessário não é com os sindicatos, mas com os professores. Bem pode o presidente da FENPROF acentuar que são os sindicatos que representam os professores, é verdade, mas só representam alguns e já há muito tempo que a dinâmica de rejeição das políticas e da atitude do ME para com toda a classe ultrapassa largamente a acção dos sindicatos.
Se o Governo quer pacificar o campo educativo, e só admito que o faça pelo diálogo, tem de perceber que o obstáculo não são os sindicatos nem os professores, mas a própria equipa do ME. Se o Primeiro Ministro quiser ser parte da solução e não do problema tem de demitir rapidamente a equipa que dirige o ME, por uma razão simples e que é do domínio das teorias da liderança e se fundamenta nos princípios da inteligência emocional.
Quebrou-se totalmente o vínculo emocional que liga os professores ao Ministério e o que devia ser ressonância (Goleman et al, 2003) tornou-se dissonância, o que impede qualquer entendimento ou colaboração. As emoções tóxicas tornaram-se dominantes e inviabilizam o restabelecimento da confiança e do diálogo.
Tal como na Saúde Correia de Campos percebeu isso e o Primeiro Ministro também, é forçoso que no conflito da Educação se entenda que não há saída para o problema sem mudança de caras e de procedimentos. Os professores perderam, há muito, a confiança em quem supostamente os devia liderar, e quando os líderes perdem a confiança dos liderados, deixam de o ser.
Espero, sinceramente, que não se caia na tentação de fazer da anunciada greve do dia 3 uma forma de tentar partir a espinha ao movimento de contestação docente, e que haja a iniciativa política suficiente para encontrar uma solução que resolva o problema de fundo e não qualquer cosmética de ocasião.
Se o Governo quer pacificar o campo educativo, e só admito que o faça pelo diálogo, tem de perceber que o obstáculo não são os sindicatos nem os professores, mas a própria equipa do ME. Se o Primeiro Ministro quiser ser parte da solução e não do problema tem de demitir rapidamente a equipa que dirige o ME, por uma razão simples e que é do domínio das teorias da liderança e se fundamenta nos princípios da inteligência emocional.
Quebrou-se totalmente o vínculo emocional que liga os professores ao Ministério e o que devia ser ressonância (Goleman et al, 2003) tornou-se dissonância, o que impede qualquer entendimento ou colaboração. As emoções tóxicas tornaram-se dominantes e inviabilizam o restabelecimento da confiança e do diálogo.
Tal como na Saúde Correia de Campos percebeu isso e o Primeiro Ministro também, é forçoso que no conflito da Educação se entenda que não há saída para o problema sem mudança de caras e de procedimentos. Os professores perderam, há muito, a confiança em quem supostamente os devia liderar, e quando os líderes perdem a confiança dos liderados, deixam de o ser.
Espero, sinceramente, que não se caia na tentação de fazer da anunciada greve do dia 3 uma forma de tentar partir a espinha ao movimento de contestação docente, e que haja a iniciativa política suficiente para encontrar uma solução que resolva o problema de fundo e não qualquer cosmética de ocasião.
José Manuel Silva. "O conflito na educação visto pelo prisma da liderança e da inteligência", in Campo lavrado.
Etiquetas:
blogues,
escola,
greve,
José Manuel Silva,
Ministério da Educação,
professor
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Subscrever:
Mensagens (Atom)