domingo, 5 de novembro de 2017

Entre Setúbal, a Arrábida, a literatura e o turismo



Há dias, no Portinho da Arrábida, uma fotografia de acaso recriava a história de “A Pequena Sereia”, de Hans Christian Andersen... Esse conto do escritor dinamarquês nada tem a ver com Setúbal. Escrito em 1837, Andersen só visitaria a região do Sado quase três décadas mais tarde, em 1866, deixando relato dessa visita na obra memorialística Uma visita em Portugal em 1866. A região entusiasmou-o ao ponto de ter registado que em Setúbal encontrara o paraíso terreal! Por cá, não terá escrito muito, mas confessou ter sido em Setúbal que encontrou a inspiração para o conto “O Sapo”.
Fosse por essa inspiração, fosse pelo que escreveu sobre Setúbal, Andersen poderia ser motivação para visitar as margens do Sado... Ao ver a informação de que a Regent Seven Seas Cruises tem rotas motivadas pela literatura, designadamente uma que, em Itália, leva os visitantes a Portofino e à aldeia de Sestri Levante, cuja baía o escritor dinamarquês baptizou como “Baía das Fábulas”, temos de pensar como poderia ser interessante Setúbal entrar nesses roteiros de literatura e de turismo.
Já houve várias oportunidades em que Setúbal como motivação literária podia ter sido capitalizada, sobretudo se associada à Arrábida. Agora, que a região parece estar na moda e é procurada por nacionais e estrangeiros, bom seria que esse trunfo cultural viesse também à superfície. Muita gente escreveu sobre Setúbal e uma rota apoiada nesses dizeres consolidaria identidades e fomentaria relações, estou certo.

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